O secretário do Tesouro, Paulo Valle, afirmou na quinta-feira (27) que o desenho do Orçamento que vai vigorar no próximo ano ficará mais nítido a partir da próxima semana “porque vamos tratar com o presidente eleito”.
Na divulgação do resultado das contas do governo central no mês de setembro, o secretário respondia a uma indagação sobre como seriam acomodadas na programação do ano que vem promessas de campanha dos dois candidatos. “Vamos discutir prioridades”, disse.
Deve ficar definida no Orçamento a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, embora a proposta orçamentária, em exame no Congresso (que deve ser aprovada em dezembro), preveja um valor de R$ 405. Outros pontos que também devem ser definidos é a correção da tabela e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física, além de ganhos reais para o salário mínimo.
Especialistas falam de uma fatura em aberto superior a R$ 100 bilhões para ser paga no primeiro ano do novo governo. Paulo Valle disse também que proposta de desindexação do salário mínimo, como anunciada, é discussão que existe desde o Plano Real e a área técnica está aberta ao debate.
O secretário disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, sempre defendeu eliminar a “mentalidade” de corrigir automaticamente as várias despesas do Orçamento pela inflação passada. Mas, a notícia sobre estudos sobre a desindexação do salário mínimo teve impacto negativo na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministério divulgou ontem o resultado primário (receitas menos despesas, exceto juros) do governo central, formado por Tesouro, Previdência e Banco Central em setembro: superávit de R$ 10,95 bilhões. Com isso, o resultado no ano chegou a um saldo positivo de R$ 33,7 bilhões.