Início » Ministro fala em estudos para a privatização da Petrobras

Ministro fala em estudos para a privatização da Petrobras

A+A-
Reset

A equipe econômica do governo pretende privatizar a Petrobras até 2022, último ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, pasta à qual o PPI se subordina, serão realizados estudos para avaliar essa possibilidade. A estatal não foi incluída na lista das 17 empresas a serem vendidas nos próximos anos, mas está na mira do PPI, conforme publicou o jornal Valor.

O Ministério de Minas e Energia, ao qual a Petrobras está vinculada, é contra a ideia de se desfazer completamente da empresa. Por isso o tema é tratado com cautela pelo governo, que prefere, por ora, focar nas estatais já anunciadas. “A Petrobras, como um todo, passará por estudos pela equipe do PPI e do BNDES”, disse Lorenzoni.

A estatal vem avançando em sua agenda de desinvestimentos, o que culminou com a venda, nos últimos anos, de diversos ativos em óleo e gás. Desde 2017, por exemplo, repassou para o setor privado o controle de três subsidiárias: NTS, TAG e BR. A expectativa é que a lista de alienações aumente e, se confirmada a desestatização da empresa, ela já esteja mais enxuta e focada essencialmente na produção de petróleo.

Reação do mercado

A agenda positiva do governo, voltada para a privatização de grandes companhias públicas, deu fôlego para o mercado de ações se recuperar após dias seguidos de resultados negativos. Houve forte alta na valorização das ações da Petrobras e da Eletrobras, empresas que podem ser transferidas ao setor privado.

Privatização poderia ser por pulverização das ações da empresa

O cenário idealizado por investidores e analistas para a privatização da Petrobras é o de pulverização de capital sem um controlador definido. O modelo seria similar ao pensado para a Eletrobras, onde cada acionista teria, no máximo, 10% das ações. Mas, no caso da Petrobras, a União ficaria com uma ação de classe especial (golden share), com direito a veto em questões estratégicas previamente definidas, como a mudança de sede. A formação de uma empresa de capital diluído na bolsa seria ideal para criar um ambiente de competição no setor.

De acordo com o jornal Valor de sexta-feira (23), a pesquisadora Fernanda Delgado, da FGV Energia, disse que o debate sobre a privatização da maior estatal do país abre espaço para mudanças no regime de exploração, com o fim do direito de preferência na aquisição de áreas no pré-sal,e no regime de partilha.

Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro declarou que a estatal pode ser privatizada ainda em seu mandato e que até agora não recebeu proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o assunto. Também reclamou do preço do combustível, afirmando que a queda na refinaria não chega à população. “Quero saber por que diminui o preço na refinaria e na bomba não diminui. O que tem de fazer para esse preço chegar na ponta? Está havendo cartel? Não posso acusar sem ter mais informações. Mas é uma realidade. Não tem diminuído o preço na ponta.”

Bolsonaro, contudo, negou que suas indagações representem interferência na empresa. “Em nenhum momento eu falei ‘abaixa o preço’. É uma coisa que o povo todo, nas minhas redes sociais, tem reclamado.”

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais