Pesquisa afirma que maioria dos trabalhadores brasileiros deseja ter autonomia para decidir quando usar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e a Zetta, empresas de tecnologia financeira, adquiriram os dados.
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Os dados foram coletados a partir de entrevistas com mais de 6,5 mil pessoas durante a primeira quinzena de março. Com isso, as informações indicam que 70% dos entrevistados ficariam insatisfeitos com o fim desse tipo de antecipação. Além disso, foi constato que os trabalhadores usavam a opção como forma de crédito emergencial.
Autonomia para usar
Cerca de 80% dos entrevistados afirmaram que tem o desejo de ter liberdade na utilização do dinheiro do FGTS. Bem como, 90% que consideraram importante ou muito importante a possibilidade de empréstimos com a antecipação do FGTS. 70% dos participantes afirmaram que ficariam insatisfeitos caso essa modalidade deixasse de existir.
Pesquisas
A pesquisa da ABBC concentrou-se nos clientes que optaram pelo empréstimo de antecipação do saque-aniversário do FGTS. Mais da metade desses clientes (54%) relatou que o montante emprestado foi suficiente para alcançar seus principais objetivos financeiros. Além disso, mais de 85% desses clientes estavam negativados, e a antecipação do saque-aniversário foi a única linha de crédito disponível para eles. Entre os clientes com dívidas em atraso, 45% utilizaram os recursos para despesas básicas, como moradia e contas mensais.
Contudo, a maioria dos entrevistados concordou que as taxas de juros eram mais baixas em comparação com outras modalidades de empréstimo, e que o processo não afetava significativamente a renda mensal.
Por outro lado, a pesquisa da Zetta revelou que 59% dos entrevistados ficariam insatisfeitos se o saque-aniversário fosse encerrado. Do mesmo modo, a maioria dos entrevistados considera contratar o saque-aniversário, e vê o acesso ao FGTS como uma segurança em emergências financeiras.
FGTS
O FGTS enfrenta o risco de extinção. Em fevereiro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que enviaria ao Congresso Nacional uma proposta para acabar com essa modalidade. De acordo com ele, uma das justificativas é a utilização do fundo como forma de financiamento, distanciando-se da sua real proposta de servir de garantia ao trabalhador como seguro-desemprego e como investimento para habitação ou saneamento.
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Em janeiro, os trabalhadores realizaram um recorde de 2,2 milhões de saques no saque-aniversário do FGTS, totalizando o valor de R$ 1,1 bilhão.