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Lula critica taxa de juros, mas governo mantém meta de inflação

Em entrevista à Rádio O Tempo, Lula criticou mais uma vez o presidente do Banco Central por taxa de juros elevada

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O presidente Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da taxa de juros em 10,5%. Em entrevista à Rádio O Tempo, nesta sexta-feira (28), Lula reclamou da movimentação cambial antes de sua entrevista ao UOL na quarta-feira (26).

Lula critica taxa de juros

Foto: Ricardo Stuckert / PR

— Eu nem tinha começado a entrevista, o dólar já tinha subido. Por que ele tá subindo? Porque é especulação, tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem a obrigação de investigar isso. É isso que eu falei e vou continuar falando. Porque se o presidente da República que foi eleito não puder falar, quem vai falar? O cara que perdeu? Quem vai falar pelo Brasil, o presidente do Banco Central? Não, o presidente da República, que foi eleito para isso. E vou dizer em alto e bom som: a taxa de juros de 10,50% é irreal para uma inflação de 4%.

Apesar de afirmar que “o presidente da República não pode ficar brigando com o presidente do Banco Central”, Lula continuou as críticas a Campos Neto por sua relação com o governo de Jair Bolsonaro. O presidente da República ainda afirmou que o próximo chefe da autoridade monetária será responsável e que não irá interferir publicamente na atuação da autarquia.

Na última semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reuniu para definir a taxa de juros, o presidente Lula pressionou publicamente Roberto Campos Neto pela manutenção do corte de juros em curso até então. Assim, membros e aliados do governo federal também reverberaram as críticas do presidente da República. Com a decisão pela manuetenção da Selic, Lula afirmou que “quem perde é o Brasil”.

Meta de inflação e taxa de juros

Um dos instrumentos à disposição do governo federal para afetar indiretamente o juros é a definição da meta de inflação por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN). Apesar de ter maioria no colegiado, o presidente Lula afirmou que decisão desta semana de manter a meta foi para “não brincar com a inflação”. Segundo o presidente, é preciso cuidado para que ela “não coma o salário do trabalhador”.

Confira aqui a entrevista de Lula à Rádio O Tempo na íntegra.

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