A inflação no Brasil acelerou em maio de 2024, conforme medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A taxa subiu de 0,38% em abril para 0,46% em maio. Em termos anuais, o índice aumentou de 3,69% para 3,93%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (11), o levantamento. Esse aumento reflete uma tendência de alta na inflação, superando as expectativas do mercado financeiro.
Os analistas previam uma inflação anualizada mais alta para maio, com estimativas variando entre 3,84% e 3,93%, acima dos 3,69% registrados em abril. A mediana das projeções era de 0,42% para maio, mas o resultado final de 0,46% superou essas expectativas. No acumulado de 2024 até maio, a inflação foi de 2,27%, mostrando uma pressão contínua sobre os preços no país.
Entre os grupos que mais impactaram a inflação, o de saúde e cuidados pessoais liderou, com uma alta mensal de 0,69%. Esse dado foi impulsionado pelos aumentos nos preços dos planos de saúde (0,77%), itens de higiene pessoal (1,04%) e produtos para pele (2,26%). Entretanto, o grupo de alimentação e bebidas também teve um impacto significativo. Na ocasião, houve os aumentos nos preços da batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%). A habitação viu um aumento de 0,67%, refletindo o aumento no custo da energia elétrica residencial (0,94%) em várias cidades.
No grupo de transportes, a inflação foi de 0,44% em maio, impulsionada principalmente pelas passagens aéreas (5,91%) e pelos combustíveis: gasolina (0,45%), óleo diesel (0,51%) e etanol (0,53%). O governo de Lula (PT) estabeleceu uma meta de inflação contínua de 3% para 2023, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
Dificuldade com a inflação no Brasil
Apesar das dificuldades, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou o compromisso com essa meta. A inflação de maio será um indicador crucial para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorrerá em 18 e 19 de junho. A expectativa do mercado é de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.