Inflação fecha 2023 dentro do intervalo da meta com 4,62%

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) consolidado de 2023 foi de 4,62%, conforme divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11). É a primeira vez, em três anos, que a inflação ficou dentro do intervalo da meta. 

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O centro da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação em 2023 era de 3,25% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, o teto para a inflação no ano passado era de 4,75%. 

No início de 2022 e 2023, ao não conseguir estabilizar a inflação dentro do intervalo das metas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi obrigado a escrever uma carta justificando as razões para o descumprimento. Nesse período, o aumento inflacionário foi um fenômeno global devido aos impactos da pandemia.

Inflação fecha 2023 dentro da meta, Foto: EBC/Arquivo

Apesar de estar dentro da meta, a inflação superou a expectativa do mercado. O último Boletim Focus, publicado nessa segunda-feira (8), indicava a projeção do mercado de 4,47% para 2023. 

IPCA em 2023

O resultado de 2023 obteve influência principalmente do grupo transportes (7,14%), que causou o maior impacto no acumulado do ano. Logo em seguida, saúde e cuidados pessoais (6,58%) e habitação (5,06%). O grupo de maior peso no IPCA, alimentação e bebidas, subiu 1,03% no ano.

A alta da gasolina de 12,09% ao longo do ano foi a de maior impacto na inflação entre os 377 subitens que compõem o IPCA. O emplacamento e licença (21,22%) e as passagens aéreas (47,24%) também se destacam no acumulado do ano no grupo de transportes. 

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Em saúde e cuidados pessoais (6,58%), o plano de saúde foi o item com maior contribuição, com alta de 11,52%.A alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos também impactou o indicador. 

O aumento na energia elétrica residencial (9,52%) foi a principal responsável pela alta no grupo habitação (5,06%). A taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%) também puxaram o indicador ao longo do ano. 

O resultado do grupo alimentação e bebidas (1,03%) contou com a queda nos preços da alimentação no domicílio (0,52%). Os destaques foram a retração nos preços do óleo de soja (28%), no frango em pedaços (10,12%) e nas carnes (9,37%). 

Inflação em dezembro

Em dezembro, o IPCA foi de 0,56% e representou um aumento de 0,28 pontos percentuais em relação ao mês de novembro. Todos os grupos de produtos e serviços apresentaram alta no período.  

O grupo de alimentação e bebidas foi o responsável pela maior variação e maior impacto na inflação de dezembro, com aceleração de 0,63% em relação ao mês anterior. A alimentação no domicílio foi influenciada pelas altas da batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%). 

A alimentação fora do domicílio também acelerou em relação ao mês anterior, apesar de em menor volume. Tanto o lanche (0,74%) como a refeição (0,48%) tiveram altas mais intensas que as de novembro .Transportes e artigos de residência também contribuíram com o processo inflacionário.

Trasportes impactou o resultado do IPCA em 2023. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

No grupo habitação, a energia elétrica residencial subiu 0,54%, com influência principalmente pelos reajustes de 13% em Rio Branco. A alta de 0,85% da taxa de água e esgoto também impactou a inflação com os reajustes em Belém, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. As tarifas do gás encanado também subiram nesse período em diversas cidades. 

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Em transportes, o aumento nos preços das passagens aéreas foi o subitem com a maior contribuição individual no índice do mês. Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados registraram queda de preços: óleo diesel (1,96%), etanol (1,24%), gasolina (0,34%) e gás veicular (0,21%).

Confira aqui a publicação do IBGE sobre a inflação de 2023.

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