Indústria extrativa é a principal influência positiva na produção industrial

Foto: Miguel Ângelo / CNI

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (1º), que a produção industrial brasileira variou 0,1% em setembro. O dado foi registrado depois de uma variação de 0,2% em relação ao mês anterior e queda de 0,3% em julho. A principal influência positiva no mês foi a crescente de 5,6% na atividade de indústrias extrativas.

Em relação a setembro de 2022, houve um avanço de 0,6%. O acumulado no ano é um recuo de 0,2%. Já nos últimos 12 meses a variação foi nula. Para o gerente da pesquisa, André Macedo, o resultado de setembro da produção industrial não altera o comportamento de menor dinamismo que a caracteriza nos últimos meses.

“No índice desse mês, observa-se predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados.” Segundo Macedo o setor industrial permanece 1,6% abaixo do patamar pré pandemia em fevereiro de 2020. Diante disso, 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

“Em linhas gerais, taxa de juros elevada, mesmo com o movimento de redução verificado nos últimos meses, nos ajuda a entender esse comportamento do setor industrial, com influência direta sobre as decisões de investimento, por parte das empresas, e de consumo, por parte das famílias. Para além disso, explica o crédito ainda caro e as elevadas taxas de inadimplência”, completou.

As atividades que tiveram alta foram as indústrias extrativas (5,6%), os produtos químicos (1,5%) e de coque. Bem como os produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%). Conforme Macedo, o setor foi favorecido pela maior extração de petróleo e minérios de ferro em setembro. “Esse segmento representa aproximadamente 15% da indústria total e exerce o principal impacto positivo no consolidado do ano”, explicou.

Produção industrial – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Principais atividades que recuaram

Entre os destaques negativos entre estão as quedas na produção de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-16,7%), de máquinas e equipamentos (-7,6%), bem como veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%). Macedo ressaltou que o setor da indústria farmacêutica, se caracteriza por alta volatilidade e isso acarreta as quedas e avanços elevados em sequência ao longo da série. O gerente acrescentou que o recuo de dois dígitos deste mês “guarda relação importante com o avanço de 30,2% acumulado nos meses de julho e agosto de 2023”.

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Coleta de indicadores da produção industrial

De acordo com o IBGE, desde a década de 70, a Pesquisa Industrial Mensal Brasil produz indicadores de curto prazo sobre o comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.

“A partir de março de 2023, teve início a divulgação da nova série de índices mensais da produção industrial. Isso foi após reformulação para atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; bem como elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes, entre outros”, explicou.

Ainda, segundo o IBGE, as alterações metodológicas são necessárias e buscam incorporar as mudanças econômicas da sociedade. A próxima mostra será divulgada no dia 1º de dezembro.

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