A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou pesquisa, nesta terça-feira (31), que aponta para a perda de dinamismo da atividade da indústria de transformação na passagem de agosto para setembro. De acordo com os dados, o faturamento real do setor caiu 0,5% e as horas trabalhadas recuaram 1%. Já a utilização da capacidade obteve redução de 0,3% no período.
Durante o ano, o faturamento da indústria intercalou altas e baixas, mas o terceiro trimestre indica a tendência de queda. Na comparação com setembro de 2022, o indicador apresenta redução de 1,4%. As horas trabalhadas registraram o quarto mês sem avanços e, na comparação com o mesmo mês do ano passado, percebe-se recuo de 3,5%.
Em relação à Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria de transformação, os atuais 78,1% estão 2,8 pontos percentuais abaixo do patamar de setembro de 2022. Por sua vez, o emprego registrou estabilidade em setembro, com variação negativa de 0,1%.
Taxa de juros e a indústria
A economista da CNI, Larissa Nocko, avaliou que um dos principais motivos para a desaceleração da indústria são os juros altos.
“Apesar do início dos cortes da taxa básica de juros, ela permanece exercendo um papel restritivo sobre a economia, contribuindo para um ambiente de crédito bastante desfavorável”, explicou a economista. “Esperamos uma redução das concessões de crédito às empresas neste ano, em termos reais, e um crescimento fraco das concessões aos consumidores, o que já vem repercutindo sobre uma demanda bastante enfraquecida”, afirmou Nocko.
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Os juros elevados são motivos de críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A Selic chegou a 13,75% este ano, mas, nas últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), sofreu reduções de 0,5%. A expectativa é que ocorra um novo corte da taxa básica de juros nesta semana. O Copom iniciou a sétima reunião do ano para definir Selic, que atualmente é de 12,75% ao ano.