O possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está ameaçado pela falta de ação do governo brasileiro em agir contra as queimadas na Amazônia. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que até então era grande defensora do acordo, disse agora ter dúvidas sobre se o tratado pode ser implementado.
Em agosto de 2019, durante a cúpula do G7, o presidente da França, Emmanuel Macron, atacou o Brasil pela primeira vez quanto à ineficácia do governo Bolsonaro em lidar com a questão das queimadas na região Amazônica. Muitos críticos desde então vêm exigindo medidas mais contundentes para lidar com a situação, como os embaixadores da Noruega e da Alemanha, organizações ambientais e agentes econômicos. O acordo foi assinado em 2019, após 20 anos de negociações, mas ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e os congressos dos 27 países que formam a UE.
O vice-presidente Hamilton Mourão disse na última quinta-feira (27), em webinar “Brasil: Futuro Econômico”, que acreditava que o acordo com o bloco europeu parece começar a fazer água” – no caso, pode afundar. Também classificou como surreal a forma como as notícias sobre incêndios na Amazônia estão sendo divulgadas.
Mourão garantiu que o Brasil tem um relacionamento muito bom com a Alemanha e que a imprensa havia causado ruído quanto às dúvidas de Merkel sobre o acordo. Vale ressaltar que o vice-presidente é chefe do Conselho da Amazônia, grupo criado pelo governo para combater a destruição da floresta.