No dia 29 de abril, o iene, moeda japonesa, caiu para o nível mais fraco em relação ao dólar desde 1990. Em sequência, os mercados mundiais já ficaram em alerta a qualquer sinal de intervenção das autoridades do Japão frente a eminente crise.
O dólar chegou a atingir 155.17 ienes antes de cair novamente em negociações instáveis. Sinal claro de nervosismo do mercado em torno do nível recorde.
Anteriormente, a moeda norte-americana era negociada a 154,97 ienes, com uma certa estabilidade na alta de 0,09%.
Iene em declínio
O iene registrou uma queda após dados robustos de inflação nos EUA impulsionarem o dólar para seu nível mais alto em cinco meses, aumentando a confiança de que o Federal Reserve não planeja reduzir as taxas de juros neste ano.
Sendo assim, a queda da moeda japonesa reavivou a expectativa de intervenção cambial. Shunichi Suzuki, ministro das Finanças do Japão, afirmou na época que especialistas e autoridades estão observando as movimentações cambiais e responderão conforme necessário.
Cotidiano do Japão afetado
Atualmente, a queda do iene afetou todos os aspectos da vida japonesa. De viagens à alimentação, a percepção geral é de que tudo passou a ficar mais caro.
Vendedores estimam que preços de atacado de frutas importadas aumentaram em 20% nos últimos dois anos, por exemplo. Muitos, para se manterem competitivos, passaram a absorver parte dos custos das oscilações cambiais em vez de repassaram para os clientes.
O aumento do custo das importações ajudou a elevar a inflação para 3,1% no ano passado, um recorde de 41 anos.