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Dólar em alta: entenda como as declarações de Lula sobre Banco Central afetam o câmbio

Câmbio atinge maior valor, R$ 5,58, desde janeiro de 2022 em meio a preocupações sobre a autonomia do Banco Central

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Nesta sexta-feira (28), o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,58, marcando o maior valor da moeda americana desde janeiro de 2022. A alta ocorre após o presidente Lula (PT) afirmar que as taxas de juros vão “melhorar” quando ele nomear um novo presidente para o Banco Central (BC), que assumirá em 2025.

Banco Central

Antes da abertura do mercado, Lula afirmou que os juros “melhorarão” quando ele nomear o próximo presidente do Banco Central – Foto: Design by Freepik

A entrevista de Lula à rádio O Tempo começou às 8h10 e terminou por volta das 9h, com a moeda norte-americana já abrindo o dia em alta. Às 11h20, o dólar subia 1,27%, cotado a R$ 5,58. A última vez que a moeda norte-americana superou R$ 5,60 foi em 10 de janeiro de 2022, atingindo R$ 5,67. A máxima histórica é de R$ 5,90, registrada em maio de 2020.

Além das declarações sobre os juros, Lula afirmou que o BC tem a obrigação de investigar casos de especulação entre agentes financeiros para valorizar o dólar. Assim, as palavras do presidente intensificaram as preocupações do mercado sobre a autonomia da autoridade monetária e a direção futura da política econômica.

Embates e incertezas

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Economistas e analistas do mercado financeiro interpretaram as palavras de Lula como um sinal de possível intervenção na autonomia do BC, o que gerou incertezas e levou à corrida por dólares. Além disso, na quinta-feira (27), Lula e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tiveram um embate público.

Campos Neto destacou que as declarações de Lula dificultam a política monetária, afetando o dólar e os juros futuros no mercado. “As falas do presidente dificultam a condução da política monetária e aumentam a volatilidade do câmbio”, afirmou Campos Neto.

O cenário econômico global também contribui para essa volatilidade. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed) continue aumentando os juros para controlar a inflação fortalece o dólar globalmente, pressionando ainda mais o real.

Especialistas recomendam cautela aos investidores e aguardam os próximos passos do governo em relação à política monetária. Por fim, a incerteza sobre a nomeação do novo presidente do Banco Central e as direções futuras da política econômica seguirá influenciando o mercado cambial.

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