O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que a condução da política monetária deve se manter contracionista, e não previu nenhum corte futuro na Selic, taxa básica de juros. Na semana passada, o Copom cortou em 0,25 p.p. a Selic, ignorando a indicação de um corte maior dada na reunião anterior. A manifestação ocorreu, em ata divulgada, nesta terça-feira (14).
Entre as motivações da cautela adotada pelo BC, está principalmente a desancoragem das expectativas de inflação. De acordo com o Copom, o que motiva essa desancoragem de expectativas é a piora do cenário externo. Além disso, os recentes anúncios de política fiscal, e a percepção de agentes econômicos acerca do compromisso da autoridade monetária com o atingimento da meta ao longo dos anos.
– De forma mais relevante, o Comitê unanimemente avalia que se deve perseguir a reancoragem das expectativas de inflação independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada – conclui o grupo.
O Copom também não deu nenhum indicativo de corte que possa ocorrer nas próximas reuniões.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Portanto, é referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. Além disso, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Copom
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. Já no segundo, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.