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Bolsonaro descarta tabelamento do preço do arroz

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O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta terça-feira (8) a possibilidade de tabelamento de preço do arroz como tentativa de conter a alta acelerada do cereal nos supermercados brasileiros ao longo das últimas semanas – um pacote de 5kg, vendido normalmente a R4 15, chega a sair por R$ 40 das gôndolas.

Bolsonaro afirmou também que está em contato com o setor de comércio de atacado e varejo para convencê-los a não corroborar com a alta do preço do cereal, na esperança de que os supermercados renunciem à margem de luro deles para forçar para baixo o preço dos produtos essenciais. A situação, segundo o presidente, deverá ser normalizada até janeiro do 2021, quando da colheita das novas safras de arroz.

De acordo com um estudo feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq/USP), a alta do arroz chega a 100% nos últimos doze meses, mas não há alívio no bolso no horizonte – os preços devem continuar a escalar rapidamente até a próxima safra.

Na semana passada, Bolsonaro já havia pedido cooperação dos supermercados para segurar os preços dos itens da cesta básica, mas a Associação Paulista de Supermercados (Apas) respondeu que os aumentos advêm dos fornecedores e das mais variáveis mercadológicas, como exportação, câmbio e quebra de produção.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o produto comprado dos produtores pelas indústrias ficou 30% mais caro só no mês de agosto e, assim como outros produtos da cesta básica, essa alta está ligada à valorização do dólar, tornando as exportações mais lucrativas do que o mercado interno, e à queda da safra de arroz em 2020 em meio à uma alta na demanda interna pelo produto em decorrência da pandemia da Covid-19.

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