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Banco Central indica que próximo governo terá os seis primeiros meses de juros altos

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O Banco Central sinaliza a manutenção da taxa de juros Selic de 13,75% ao ano nos seis primeiros meses. Durante entrevista sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu que o Copom acha muito cedo “para pensar” em corte de juros, e depois sinalizou que o BC está confortável com o início da redução da taxa a partir de junho de 2023, como prevê a maioria dos analistas ouvidos pelo Boletim Focus.

“Temos dito que achamos muito cedo para pensar em corte de juros e fizemos uma comunicação de acordo na última ata e no comunicado do Copom”, disse. A presidência e os diretores do Banco Central têm mandatos fixos e não podem ser trocados por quem assumir a Presidência da República, como já ocorreu.
Roberto Campos Neto defendeu o objetivo principal da instituição, que é o de manter a inflação controlada, como o mais importante para a geração de empregos. Sua posição é o contraposto de declarações do candidato do PT à Presidência.

Lula defende que pontos como a geração de postos de trabalho sejam incluídos entre as metas da autoridade monetária. Campos Neto afirma que o fomento ao emprego já é meta secundária da autarquia e que manter os preços sob controle é o mais relevante tanto para o mercado de trabalho como para investimentos de longo prazo no país.

Lula disse aos empresários com os quais se encontrou na terça feira que o BNDES terá que ser o “indutor” do desenvolvimento da atividade econômica e os demais bancos federais voltarão a emprestar para a área social.

Mas não detalhou se o crédito teria taxa de juros subsidiadas, como já houve no passado, nem detalhou como o BNDES cumpriria o papel que pretende lhe atribuir.

Lula estava acompanhado de Aloizio Mercadante, que causou surpresa nos presentes. “Mercadante estava muito equilibrado e ponderado. Elogiou FHC. Nem parecia ele mesmo”, disse um dos presentes ao encontro.

Quatro nomes no Cade

O próximo presidente terá quatro nomes para indicar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já no primeiro ano de mandato. Há seis conselheiros, além do presidente da instituição, que também participa das decisões. As indicações, contudo, não costumam seguir uma linha ideológica.

O Cade é o único, entre os órgãos reguladores, em que o presidente eleito em neste ano conseguirá já indicar a maioria do colegiado em 2023. Mas os rumos do Cade para os próximos anos estarão sujeitos a quem tiver força para as indicações no próximo governo.

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