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ANP teve o pior resultado em leilão de petróleo

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Apenas cinco dos 92 blocos de petróleo oferecidos no leilão de quinta-feira passada foram arrematados, gerando arrecadação de R$ 37,14 milhões. O leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) registrou o pior resultado da história em número de blocos arrematados e valor de bônus de assinatura arrecadado.

O resultado representou uma vitória dos ambientalistas, embora o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tenha evitado relacionar a falta de interesse das empresas aos riscos oferecidos ao meio ambiente. O certame foi realizado sob o protesto de diversas entidades ligadas à proteção ambiental.

Os 92 blocos exploratórios ofertados na rodada distribuíam-se em 11 setores das bacias de Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. Os cinco blocos arrematados pertencem à Bacia de Santos, já explorada no país.

A 17ª Rodada pode ter dado início a um novo ciclo dos leilões no Brasil, após o calendário intenso de licitações realizado desde 2017. As áreas mais cobiçadas, com potencial para o pré-sal, já foram quase todas licitadas. Há exceções, como os excedentes da cessão onerosa das áreas de Sépia e Atapu, no pré-sal, cujo leilão está marcado para dezembro sob o regime de partilha.

Os esforços crescentes das petroleiras rumo à transição energética também têm reduzido seus orçamentos para atividades de exploração, que concorrem com investimentos em energia solar e eólica. O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, recorreu à crise de 2020 (pandemia e situação econômica enfrentada pelo país) para minimizar a ausência de grandes petrolíferas.

Sem relacionar a falta de interesse das empresas a possíveis impactos ambientais e suas consequências, o ministro avaliou da seguinte forma o leilão: “Podemos considerar que foi um sucesso. Importante lembrar e ter em mente que esta rodada teve foco em novas fronteiras exploratórias, ou seja, áreas com muitos riscos exploratórios para as empresas, risco de perfurarem e não encontrarem acumulações de petróleo cuja produção seja viável.”

O resultado só não foi pior porque a Shell entrou na disputa em áreas da Bacia de Santos, onde já atua. Mas, sem a concorrência da Petrobras ou de qualquer outra petrolífera, a empresa pagou o bônus mínimo, sem ágio.


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