Início » Aneel amplia concessão de usinas para encerrar disputa judicial

Aneel amplia concessão de usinas para encerrar disputa judicial

A+A-
Reset

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu, na semana passada, os últimos detalhes da solução, aguardada pelo setor há anos, para o “risco hidrológico” no país, que é quando as geradoras não podem cumprir o contrato de venda de energia em decorrência da falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas.

A solução apresentada pela Aneel encerrará a disputa na Justiça encampada por donos de usinas que se negaram a assumir os prejuízos relacionados à produção de energia abaixo do montante estabelecido em contrato. O problema será enfrentado pela repactuação do risco (GSF, na sigla em inglês).

A diretoria da Aneel aprovou na terça-feira (1), por unanimidade, a norma que indica o passo a passo para a adesão, a metodologia de cálculo da compensação e os prazos a serem cumpridos. Para fazer a repactuação, os donos de usinas deverão desistir das ações judiciais e renunciar a qualquer alegação de direito, sendo compensados por meio da ampliação dos contratos de concessão das usinas.

“A expectativa é que haja o resgate da segurança jurídica do mercado de energia elétrica”, disse a diretora Elisa Bastos, ao expor seu parecer na reunião colegiada. O diretor-geral da agência, André Pepitone, garantiu que os acordos não vão afetar o preço da energia justamente porque a compensação só envolverá a extensão do prazo de outorga que consta nos contratos das geradoras.

O risco hidrológico começou a ter impacto sobre o setor elétrico no início de 2012, com a redução do nível dos reservatórios. A situação se agravou em 2014, com a estiagem nas cabeceiras dos rios que abastecem os principais reservatórios do Sul e do Sudeste. No ano seguinte, os donos das usinas alegaram que não poderiam bancar as perdas e iniciaram uma guerra de liminares que hoje trava em torno de R$ 9 bilhões em liquidações financeiras na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O governo já tinha conseguido repactuar o risco hidrológico com as usinas que mantêm contrato de longo prazo com as distribuidoras. Mas essa primeira proposta não agradou às geradoras que negociam energia no mercado de curto prazo. A solução, aprovada no primeiro semestre pelo Congresso Nacional e regulamentada pela Aneel, atenderá ao pleito desse segundo grupo.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais