A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (3), a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para dar explicações sobre suas supostas falas relacionadas ao voto impresso auditável. A comissão ainda não marcou data para ouvir o ministro, mas como ele foi convocado é obrigado a comparecer.
Os parlamentares querem esclarecimentos sobre possíveis afirmações de Braga Netto feitas a interlocutores condicionando a realização de eleições em 2022 à adoção do voto impresso.
A convocação do ministro foi sugerida pelo deputado Rogério Correia (PT-MG). “A ameaça vem acompanhada de diversas manifestações no mesmo sentido do presidente da República, que acusa a existência de fraudes nas eleições por meio de urnas eletrônicas, ainda que todas as eleições até então não tenham demonstrado qualquer fragilidade, fraude ou risco de comprometimento dos resultados”, disse o deputado.
O voto impresso está sendo discutido na Câmara por uma comissão especial. O parecer do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), apresentado à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) PEC 135/19 exige a adoção de um tipo de urna eletrônica que permita a impressão do registro do voto.
Esse registro será uma espécie de cédula em papel, a ser depositada em recipiente indevassável, assegurada a conferência pelo eleitor, mas sem qualquer contato manual. O parecer deve ser votado na quinta.
Segundo apuração da Arko Advice, entretanto, a PEC que trata do voto impresso auditável provavelmente não será aprovada pelos deputados.