O governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) decidiu trocar os comandos das polícias Militar e Civil. Vai para a chefia da Polícia Militar (PM) o coronel Ronaldo Miguel Vieira, que liderava o Batalhão de Choque. Já o novo Delegado-Geral é Osvaldo Nico Gonçalves era até agora responsável pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope).
Garcia é candidato à reeleição e pretende anunciar novas medidas na área de segurança nas próximas semanas. Embora haja queda de homicídios, o Estado sofre com a alta de roubos e furtos. O governador assumiu o cargo no início deste mês, após a saída de Doria para disputar a Presidência da República nas eleições de outubro. O cargo de secretário da Segurança, que gere as duas polícias, continua a ser ocupado pelo general João Camilo Pires de Campos.
Entre os desafios de Rodrigo Garcia para reduzir a sensação de insegurança nas ruas, estão frear os crimes patrimoniais, como roubos e furtos de veículos e celulares. Dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria da Segurança mostram que os roubos aumentaram 7,4% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram cometidos mais de 59 mil roubos nas cidades paulistas. Aumento ainda mais vertiginoso aconteceu nos casos de furto: alta de 28% no período, com 132 mil registros.
No último ano, a criação do Pix, ferramenta de pagamento instantâneo do Banco Central, atraiu bandidos pela facilidade de transferências rápidas. O lucro com o Pix fez com que o Primeiro Comando da Capital (PCC) se unisse a quadrilhas de roubos de celulares em bairros nobres da capital. O sequestro-relâmpago também é uma modalidade de crime associada ao Pix.
Outra mudança recente na Polícia Militar paulista foi o uso de câmeras nos uniformes dos agentes, como forma de controlar o uso de força nas ações da tropa. A corporação deve receber até o fim de abril mais 2.556 câmeras operacionais portáteis (Cop), com transmissão em tempo real das atividades diárias da tropa.
De acordo com dados oficiais, a queda de letalidade policial no Estado após a adoção das câmeras foi de 46% na média mensal, comparando o período anterior ao posterior à adoção dos equipamentos.
A redução dos índices de criminalidade é fundamental para as pretensões eleitorais de Rodrigo Garcia, pois o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) será o candidato do bolsonarismo, que possui forte inserção nas polícias militares. Como Garcia e Tarcísio disputam uma fatia similar do eleitorado para chegar ao segundo turno, já que uma das vagas deve ser do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o tema da segurança pública naturalmente estará presente na sucessão estadual.