Carlos Eduardo Bellini Borenstein A área da segurança pública se transformou em um novo desafio para o governo Lula (PT). Nos últimos 30 dias, mais de 50 pessoas morreram em operações policiais na Bahia. Embora o assunto envolva a esfera estadual, a repercussão política em torno do tema extrapolou para o nível nacional.
Além de a Bahia ser governada pelo PT desde 2006, sendo um dos principais redutos eleitorais do presidente Lula, o crescimento da letalidade das operações policiais no estado tem gerado críticas à gestão do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Na semana passada, por causa do aumento da violência, o PSOL entregou seus cargos e deixou a base aliada por discordar da condução da política de segurança pública.
Diante dessa repercussão negativa, ainda na semana passada o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que “a Bahia é um dos maiores desafios de segurança pública no Brasil”. Segundo Dino, o governo federal está em contato com Jerônimo para tentar estabilizar a situação.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 13 de setembro, 17% dos entrevistados avaliaram que a violência/segurança pública/polícia é o principal problema do país, ao lado da saúde. A menção à área da segurança é o dobro, por exemplo, das referências à economia (8%). Esses números revelados pelo Datafolha sugerem que o tema da segurança é uma pauta nacional e não se restringe à Bahia.
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Essa percepção da opinião pública em relação à segurança, caso não seja resolvida, poderá se transformar numa questão adicional para o governo, já que a imprensa tem noticiado um aumento da violência nas principais metrópoles brasileiras. Com objetivo de criar uma agenda positiva na segurança, o governo deverá anunciar nesta segunda-feira (2) um plano que prevê a destinação de R$ 900 milhões para o combate ao crime organizado.
No entanto, o tema da segurança pública tende a ser explorado pela oposição. Vale recordar que os policiais militares são um forte pilar de sustentação social do bolsonarismo. Além disso, a segurança é uma área sensível, atingindo os governadores, prefeitos e a sociedade como um todo.
