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Pesquisa da Confederação do Comércio (CNC) revela expansão do endividamento

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Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta segunda (10) dados revelando que o endividamento atinge quase 79,3% das famílias brasileiras. Em setembro houve alta de devedores de 0,3 ponto percentual sobre o mês anterior (agosto).

Considerando os dez meses do ano (janeiro-setembro), o avanço foi de 5,3 pontos percentuais e a situação é pior para as famílias de baixa renda. Nos lares com renda inferior a 10 salários mínimos (R$ 12.020), o endividamento superou os 80% pela primeira vez.

Apesar do número recorde, o ritmo do endividamento diminuiu. O crescimento de 0,3 ponto percentual é o menor desde abril deste ano. E o avanço em 12 meses foi o menor desde julho do ano passado.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, “é possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias”.

Por outro lado, disse “podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC, considera dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.

O número de pessoas que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas também cresceu em setembro, alcançando 30% do total de famílias no país.

A terceira alta consecutiva levou o indicador ao maior percentual da série histórica iniciada em 2010. Ao contrário do endividamento, o ritmo de aumento da inadimplência foi alto. Em 12 meses, o indicador de dívidas atrasadas cresceu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016.

A economista da CNC, Izis Ferreira, atribui o aumento da inadimplência às altas taxas de juros, que encarecem as dívidas já contraídas.

As taxas de juros no crédito para pessoas físicas cresceram 13,5 pontos percentuais em um ano, chegando à média de 53,9%, a maior taxa desde abril de 2018.

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