Partidos pressionam por ministério como moeda de troca no apoio à PEC da Transição

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo pressão por ministérios, cargos e verbas a partidos. MDB, União Brasil e PSD querem pelo menos duas pastas cada, como forma de apoio à aprovação da PEC da Transição.

Os Ministérios de Infraestrutura, Minas e Energia, Agricultura, Transportes, Ciência e Tecnologia, Cidades e Integração Nacional são os mais cobiçados. O apoio à PEC da Transição virou moeda para barganhas políticas.

Os partidos têm interesse nos R$ 105 bilhões que, de acordo com a PEC da Transição, ficarão livres no Orçamento para novas despesas em 2023. O orçamento secreto terá R$ 19,4 bilhões. Desde que desembarcou em Brasília, no início da semana, Lula tem sido pressionado a assinar a fatura e entregar cargos e verbas antes mesmo da votação da medida.

O presidente eleito também terá que administrar queda de braço na disputa por ministérios entre os partidos aliados. Mas avisou nesta quinta que a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, não irá para ministério e continuará à frente do partido.

Em reunião com a bancada do PT, Lula disse que não quer “esvaziar” o partido, levando integrantes de seus principais quadros para ocupar cargos na Esplanada. Em sua avaliação, isso fragilizaria o partido no Congresso.

O presidente eleito afirmou, ainda, que não pode repetir uma experiência do passado que não foi exitosa, referência ao ex-ministro José Dirceu. Ele deixou o comando do PT para assumir a Casa Civil e acabou tendo de sair do governo, em 2005, no contexto da explosão do escândalo do mensalão.

Anúncio para Defesa

O anúncio oficial do nome do ex-presidente do TCU, José Múcio Monteiro, para assumir o Ministério da Defesa, pode ocorrer até o fim da próxima semana. Após alguns dias em Brasília, o ex-ministro do TCU retornou a Recife para tratar de assuntos pessoais, antes da nova missão.

A tendência é que seu nome seja anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) juntamente com mais um ou dois outros nomes escolhidos para o primeiro escalão do próximo governo. Assim que o anúncio for feito, Múcio pretende dar início às conversas com os representantes do comando das Forças Armadas.

Desde que começou a ser cogitado, seu nome teve boa aceitação entre os generais, que o consideram alguém sensato e de bom trato. O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Múcio “teria boa aceitação”.

Lula vem sendo pressionado a revelar alguns dos seus ministros, especialmente na Fazenda e na Defesa. Mas, ele resiste e só deve anunciar nomes de sua equipe após a diplomação, confirmada para o dia 12, segunda-feira da próxima semana.

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