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Para ministro da Infraestrutura, investidor não se importa com “barulho”

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No discurso após o leilão de sexta-feira, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que o investidor estrangeiro não se importa mais com a “fumaça e o barulho”, referindo-se ao conturbado processo político e econômico do país no momento. E ressaltou a garantia de que os projetos serão realizados nas rodovias por causa da qualidade da vencedora do certame.

O ministro aproveitou a oportunidade e citou as concessões que ainda serão oferecidas ao setor privado nos próximos anos: as BRs 381 e 262; o bloco de cinco rodovias no Paraná; o trecho da BR-116 entre Rio de Janeiro e Governador Valadares (MG); e a relicitação da BR 040 (Rio-Brasília).

Tarcísio disse que, no road show de duas semanas atrás nos Estados Unidos, apresentou os resultados dos leilões realizados nos últimos dois anos de governo, num total de 75 ativos leiloados pelo ministério. “Mostramos que a história que contamos para eles em 2019 está se concretizando. Dissemos: venham que está acabando!” E insistiu na pergunta: “Quem vai querer ficar de fora?”.

No leilão de sexta não houve participação de investidor estrangeiro, conforme previu o ministro durante a elaboração do projeto da nova concessão da Via Dutra. A previsão baseava-se no fato de ser esta a principal rodovia do país, com intenso fluxo de veículos. Mas assessores do ministério esclareceram que o capital estrangeiro está presente nos grupos nacionais que participam dos leilões.

A EcoRodovias, por exemplo, teve como parceiro o grupo italiano Gavio na disputa, em abril, pelo trecho da BR 153 em Goiás e Tocantins. Outra versão para a ausência de estrangeiros é a de que tais grupos ainda não estariam conscientes da segurança regulatória no país, com contratos sendo questionados na Justiça e com projetos no Congresso. O apetite revelado por dois fortes grupos nacionais nesse leilão também foi mencionado como desestímulo para novos entrantes no setor de concessão rodoviária.

Novos leilões

O Ministério da Infraestrutura divulgou o cronograma dos leilões que pretende realizar até o fim do ano. Além das BRs 381 e 262 (MG-ES), remarcado para 20 de dezembro, oito terminais portuários deverão passar para a administração do setor privado.

Os terminais ficam nos portos de: Maceió (AL); Mucuripe (CE); Areia Branca (RN), com previsão de investimentos de R$ 342,6 milhões; dois terminais em Santos (SP); Porto Alegre (RS); Imbituba (SC); Itaquaí (RJ); Cabedelo (PB), com previsão de investimentos de R$ 1 bilhão.


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