Na disputa mais acirrada desde o restabelecimento do regime democrático, em 1989, o candidato do PT, o ex-presidente Lula e o atual presidente, candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno da eleição presidencial no próximo dia 30.
Com 99,86% das urnas apuradas até ontem à noite, Lula marcava 48,39%, ante 43,23% de Bolsonaro. O atual presidente registrou desempenho superior ao que previam as pesquisas de opinião, encerradas na véspera. Bolsonaro teve influência nos bons resultados de seus aliados nos estados.
Além de conquistar a maior bancada na Câmara, elegendo 23 deputados e conquistando 99 assentos, o PL, partido do presidente, tem o campeão na eleição deste domingo: Nikolas Ferreira, que obteve 1,4 milhão de votos. Natural de Belo Horizonte, 26 anos, Nikolas era vereador, eleito há dois anos com 29.388 votos.
O presidente Jair Bolsonaro viu reeleitos parceiros em Minas e no Rio de Janeiro e viu seu indicado (Tarcísio de Freitas) chegar ao segundo turno com o PT em São Paulo, o terceiro maior colégio eleitoral do país. Lula terá de modular sua campanha até o dia 30, baseada até aqui no apelo aos mais pobres, metade do eleitorado, em detrimento à classe média que parece ter se mobilizado em torno do presidente como em 2018.
Fracassou a busca pelo voto útil. Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) tinham, até as 23h47, 4,1% e 3% dos votos válidos, respectivamente. A arma utilizada por Lula foi o discurso de que mais um mês de campanha poderia trazer riscos de violência eleitoral, quando não institucionais, exacerbados.
Dada a animosidade entre Ciro e Lula, é provável que o pedetista repita 2018 e não apoie ninguém. O mesmo é esperado de Tebet. Lula nunca venceu uma eleição no primeiro turno, nas seis vezes em que disputou a Presidência da República.