Os eleitos em segundo turno em 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) assumiram ontem os cargos de presidente e vice-presidente da República, respectivamente. Brasília foi tomada por milhares de apoiadores. A solenidade de posse ocorreu após semanas de preocupação com a segurança.
O presidente Lula recebeu à tarde a faixa, que simboliza a transmissão de poder um grupo de cidadãos devido à recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro de entregá-la ao sucessor, rompendo uma tradição em vigor no país. O ex-presidente viajou aos EUA na sexta-feira (30) e passou a virada de ano por lá. Lula assumiu a Presidência pela terceira vez, eleito com 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,1% de Bolsonaro.
Em seus discursos, o novo presidente criticou a herança deixada por Bolsonaro, afirmou que a situação do país é estarrecedora. Na fala diante do Congresso, enalteceu a democracia e a atuação do Judiciário no processo eleitoral e oscilou entre a união nacional e a polarização.
Lula repetiu a promessa de governar para todos os brasileiros, como afirmou após conhecido o resultado da votação no segundo turno. E descartou revanchismo. Mas, fez duras críticas à gestão Bolsonaro, usando termos como “devastação”, “desmonte” e “destruição”). Também atacou “a minoria violenta e antidemocrática” que “tentava censurar nossas cores e se apropriar do verde-amarelo”.
Mas deu um recado: “vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal”. Em sua fala no Congresso, onde foi empossado, Lula afirmou: “Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios pessoais e ideológicos”,
Nos dois pronunciamentos que fez, no Congresso e Parlatório, no Palácio do Planalto, Lula pregou “união e reconstrução”, termos do novo slogan do governo. Lula fez referência aos 580 dias em que ficou preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, de abril de 2018 a novembro de 2019. Ele classificou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff como “golpe” e tachou o governo Bolsonaro de “era das sombras”.