Judiciário sofre forte influência das redes sociais, avalia Murillo de Aragão

Murillo de Aragão em comissão do Senado - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Juristas brasileiros se reuniram na décima edição do Fórum Jurídico de Lisboa, evento realizado na Faculdade de Direito da Universidade da capital portuguesa de 27 a 29 de junho, para debater os desafios do direito no Brasil e na Europa. Durante as discussões, Murillo de Aragão, CEO e fundador da Arko Advice, apontou a relação de influência da mídia sobre o processo de tomada de decisões do Judiciário.

Segundo Aragão, a politização dos debates judiciais somada à relevância das redes sociais alimenta o ativismo jurídico no Brasil, o que aumenta a recorrência de decisões com caráter político.

“O mundo do direito hoje é submetido a uma forte imediatização, a uma forte influência das redes sociais, à politização do debate no judiciário, à chamada judicialização, que é o chamamento da justiça para decidir questões provocadas no mundo político, à própria questão do ativismo judiciário que muitas vezes atua de forma política”, afirmou.

Aragão explicou que esses fatores implicam na necessidade de um trabalho de inteligência e estudo de informações para medir os cenários e tendências do Judiciário. O especialista relatou um pouco da sua experiência em consultoria: “o trabalho de prospecção é tentar antecipar os riscos ou as mudanças que podem acontecer. Não é um trabalho de adivinhação, de premonição, é um trabalho de estudo e de inteligência”.

Apesar de cenários confusos e incertos, um fator em comum é a exposição à qual os profissionais envolvidos estão sujeitos, motivo pelo qual o trabalho de monitoramento e inteligência tornam-se tão relevantes para o setor. “Hoje o direito é julgado num ambiente de muita complexidade, onde o próprio jogador está exposto a uma visibilidade que não existia décadas atrás no Brasil”, completou.

Postagens relacionadas

Mercado financeiro eleva projeção de inflação e ajusta PIB para 2024

Comércio varejista registra queda de 1% em junho

Morre Delfim Netto, aos 96 anos; ex-ministro foi um dos signatários do AI-5

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais