Nome cotado para um ministério no eventual governo Lula, e após o redesenho da Esplanada dos Ministérios, o ex-ministro da Fazenda e do Banco Central, Henrique Meirelles defendeu o descumprimento do teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 no ano que vem.
Para Meirelles, “não é possível chegar para a família que precisa dos R$ 600 para comer e dizer que, a partir de agora, são só R$ 400. Não dá, pelo menos durante um bom tempo, até o país ter condições de criar emprego, renda”. A medida seria provisória, explicou.
Ele se manifestou sobre o assunto a participar ontem de uma live realizada pela gestora Kinea Investimentos em São Paulo. Segundo Meirelles, a diferença de R$ 200 no valor do auxílio financeiro deve gerar custo adicional de R$ 53 bilhões para o Orçamento.
O ex-ministro defendeu um programa de privatizações de empresas estatais, seja no âmbito federal ou no estadual. Observando que “o número de empresas estatais é muito grande”. Afirmou que muitas delas deixaram de ter finalidade.
Meirelles fez críticas à política adotada pelo BNDES durante a gestão petista (Lula e Dilma Rousseff), de “campões nacionais”. Nesse modelo, o havia financiamento de grandes empresas para que se tornassem referência nos respectivos setores de atuação em escala global.
“Aquilo só deu problema, inclusive criminais.” Meirelles defendeu que o BNDES não deveria competir com o setor privado no financiamento de grandes empresas. O foco do banco de fomento, disse, deveria ser mais voltado para ajudar no crescimento de pequenas e médias empresas.