O mercado teve momentos de temor ontem, sobre os rumos da economia sob a condução do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). Haddad procurou passar tranquilidade, afirmando à noite que deve “compor uma equipe plural”. “Não quero uma escola de pensamento comandando a economia”, disse. Ele deve anunciar hoje, terça, alguns dos nomes que vão integrar sua equipe.
As declarações s do futuro ministro da Fazenda ocorreram após forte baixa na Bolsa e alta do dólar e dos juros, provocada por temores de que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adote política econômica intervencionista.
Um dos principais motivos para a preocupação do mercado foi a notícia de está em discussão na equipe de transição modificar a Lei das Estatais para permitir nomeações políticas para a direção dessas empresas.
Fernando Haddad disse que pretende chegar, em sua gestão, a um país com “baixo desemprego, inflação controlada, contas públicas estáveis, Estado com capacidade de investimento”. Paras ele, conduzir política econômica é “levar na ponta dos dedos um carro em alta velocidade. Porque sabe-se aonde quer chegar”, disse.
“Você constrói isso tomando as decisões corretas”, afirmou. “Indução ao crescimento depende do momento que a economia está vivendo. Tem que ver o quadro para determinar a medida certa.”
Sem subsídios
A forte queda da Bolsa foi também impulsionada pelo anúncio de que o coordenador técnico da transição de governo, Aloizio Mercadante (PT), pode presidir o BNDES. Mercadante procurou dissipar a dúvida, reunindo-se ontem com a Febraban para tratar, entre outros temas, do próprio banco de desenvolvimento.
Mercadante afirmou que não há espaço nas contas públicas para políticas de subsídio do banco, como foi adotado em gestões anteriores do PT.