Em discurso realizado na quarta-feira (24/11) na abertura do seminário virtual da Corregedoria do Ministério da Economia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu apoio dos servidores públicos à reforma administrativa e negou que tenha xingado a categoria.
A reforma administrativa cria vínculos empregatícios mais flexíveis com o Estado e estabelece avaliações de desempenho para a classe. Os servidores estão com reajustes de salários congelados por causa do pacote que, durante a pandemia, ampliou a liberação de recursos para os mais vulneráveis. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que tem intenção de dar aumentos em 2022, mas que não há espaço no Orçamento por causa do teto de gastos.
O ministro da Economia pediu apoio ao texto. “Propusemos uma reforma administrativa sem tirar nenhum direito do serviço público atual”, disse. “Peço apoio do nosso funcionalismo porque estamos falando de modernização do serviço público, digitalização, maior produtividade e meritocracia”, afirmou.
“Parasitas”
Em fevereiro de 2020, Guedes afirmou que o aumento de salários no serviço público era demais e comparou a figura do servidor e a de um parasita. “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”, disse.
No discurso, ele negou a comparação e disse que estava falando dos gastos dos estados e municípios. “Tem centenas de municípios que não conseguem sequer pagar a própria folha […]. E eu disse que isso é como se fosse uma unidade que está ficando parasitária”, afirmou. “Na memória (das pessoas ficou que eu estava) xingando os funcionários públicos. Eu nunca xinguei, minha mãe foi funcionária pública a vida toda, tem 99 anos. Estou experimentando o convívio com gente extraordinária”, disse.