O Governo Federal concedeu na sexta-feira (17/12) duas áreas para exploração e produção de petróleo no pré-sal. A concorrência rendeu uma arrecadação de R$ 11 bilhões e deve gerar investimentos de R$ 204 bilhões, segundo estimativa do governo. O leilão é considerado pelo mercado a última grande oferta de blocos para exploração e produção de petróleo do país, diante do fim do estoque de áreas de elevado potencial no litoral brasileiro e de pressões crescentes pela transição energética.
Chamados Sépia e Atapu, os blocos do leilão já haviam sido oferecidos ao mercado em leilão realizado em 2019, mas não atraíram o interesse das petroleiras. Para esta segunda tentativa, o valor dos bônus de assinatura foi reduzido em 70%. Mais caro, o bloco de Sépia foi arrematado por um consórcio formado por Total (França), Petronas (Malásia) e Qatar Petroleum (Catar), que venceram a Petrobras. A estatal, porém, exerceu seu direito de preferência e decidiu participar do consórcio vencedor.
As empresas pagarão o bônus fixo de R$ 7 bilhões e se comprometeram a dar à União 37,43% da produção de petróleo do campo, após desconto dos custos. O valor representa um ágio de 149,20% em relação o mínimo estabelecido.
O bloco de Atapu foi arrematado por um consórcio formado por Petrobras, Shell e Total, que pagará bônus de assinatura de R$ 4 bilhões e se comprometeu a entregar à União 31,68% da produção. O grupo foi o único a apresentar proposta. São duas áreas do chamado excedente da cessão onerosa, descobertas feitas pela Petrobras durante a exploração de blocos que obteve em troca de ações em seu processo de capitalização de 2010, mas que ultrapassam os limites sob domínio da estatal.