O Brasilianista 
Geraldo Moura Nas duas reuniões que manteve nesta quarta com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), buscou, em um primeiro momento, apoio de ambos na aprovação da PEC que exclui do teto de gastos as despesas com programas sociais.
A partir da instalação da próxima legislatura, em fevereiro do ano que vem, Lula quer contar deputados do Centrão. Nesse sentido, sua conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira, um dos líderes desse grupo, buscou construir pontes paras facilitar os entendimentos.
De acordo com pessoas que acompanharam o encontro na residência oficial do presidente da Câmara, Lula disse a Arthur Lira que não pretende interferir na eleição para o comando da Casa. Com isso, fica praticamente selado o projeto de reeleição de Lira em fevereiro.
Com a desistência do PT de concorrer, torna-se difícil o surgimento de uma candidatura concorrente com chances de vencer a disputa, sem apoio presidente que estará no Palácio do Planalto a partir de janeiro. A menos que haja um imprevisto. Arthur lira divulgou em suas contas nas redes sociais fotos sorrindo ao lado de Lula.
O presidente da Câmara, segundo aliados de Lula, trabalhará pela aprovação da “PEC da Transição”, proposta de alteração da constituição para que o governo que assume em 1º de janeiro possa dispor de recursos para cumprir em 2023 promessas de campanha.
A partir do momento em que assumir a Presidência da República Lula não pretende contar só com o apoio dos partidos de esquerda e independentes, como MDB e PSD. A ideia da aliança com Arthur Lira daria ao presidente eleito parte do Centrão e uma base muito mais sólida na Câmara.
No entanto, o futuro governo teria que vencer resistências de Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Lira em Alagoas e contra acerto com o Centrão. Juntamente com o senador Jader Barbalho (MDB-PA), Renan pretende atuar para reverter o apoio do PT à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara. Renan Calheiros aposta na formação de um bloco junto ao União Brasil para evitar a reeleição de seu rival histórico em Alagoas.
No Senado, com o apoio do presidente do PSD, Gilberto Kassab (SP), ao futuro governo, a reeleição de Rodrigo Pacheco também não deve enfrentar obstáculos.