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De quem é a culpa? – Análise

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Guerra na Ucrânia, governadores, Petrobras. Segundo o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), são esses os culpados pela alta no preço dos combustíveis, hoje o maior pesadelo para os seus planos de reeleição. Pode até haver alguma razão nos argumentos do presidente, mas não é exatamente o que pensa a maioria dos eleitores.

Pesquisa da Quaest/Genial, divulgada semana passada, aponta que 28% dos entrevistados acreditam que o responsável pelo alto preço nas bombas é Bolsonaro. Em seguida, de forma pulverizada, são citadas também as causas elencadas pelo presidente. E ainda: 62% declararam que conseguiam comprar mais nos governos do ex-presidente Lula (PT), principal adversário de Bolsonaro nas urnas. Apenas 10% responderam que a condição melhorou no atual governo. Outra desvantagem para Bolsonaro aparece quando 56% afirmam que a situação econômica influencia no voto.

Desde que os resultados da economia passaram a interferir em sua popularidade, Bolsonaro adotou uma série de medidas, entre as quais zerar impostos e liberar saque do FGTS. Houve efeitos positivos, mas eles logo estagnaram diante de uma inflação que custa a ceder. O presidente adotou, então, medidas mais drásticas. Substituiu três vezes o presidente da Petrobras, trocou o ministro de Minas e Energia e, sem cerimônia, atacou a estatal que tem a própria União como sócia majoritária. Bolsonaro já deu sinal verde para a privatização da empresa, mesmo sabendo que esse processo pode levar muito tempo.

A última cartada do presidente viria semana passada, quando foram anunciadas medidas para enfrentar o preço dos combustíveis. Ao lado dos presidentes da Câmara, do Senado e de ministros de Estado, Bolsonaro detalhou a agenda com que pretende resolver o impasse que tem lhe tirado o sossego. Prometeu zerar todos os impostos federais sobre os combustíveis e ofereceu transferência de recursos aos estados que fizerem o mesmo. O custo da medida – R$ 29 bilhões – levou o governo a cancelar o prometido reajuste aos servidores. Prioridades.

A urgência é tanta que o pacotaço deve ser votado de uma só vez nesta segunda-feira (13). Vai resolver? Não necessariamente. Há quem defenda que as medidas podem ter efeito rebote e não interferir diretamente nos preços. A tentativa, então, seria nula? Não nas urnas. Espera-se que, na ausência de resultado, haja pelo menos o reconhecimento de que algo foi feito. E quem não der a sua contribuição, já sabe: a lista de culpados tende a aumentar.

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