O governo quer o BNDES como agente financiador de exportações, papel que é desempenhado em países desenvolvidos pelos Eximbanks. Em visita à Fiesp, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançará um programa com esse objetivo, embora ainda não haja data definida.
“O BNDES pode buscar recursos lá fora, a custo menor e ajudar a financiar”, disse. “É importante ter um programa para ajudar a exportação, porque estamos falando de emprego aqui dentro do país. O comércio exterior é cada vez mais relevante. E é exportação e importação também”, disse.
Essa nova atribuição do BNDES, que passou a ser vinculado ao ministério chefiado por Alckmin, teria o objetivo de recuperar espaços nos mercados internacionais perdidos para a China.
O ministro observou que o Brasil perdeu presença no mercado argentino, um dos principais destinos dos produtos manufaturados, porque a China financia importadores de seus produtos no país vizinho.
No encontro na Fiesp, o vice-presidente também pediu aos empresários que enviem propostas para desburocratização dos negócios. Afirmou que esta é outra frente que tem de ser enfrentada.
Arcabouço fiscal
Em Davos, na Suíça, onde participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que pretende apresentar até abril sua proposta de novo arcabouço fiscal. O ministro observou que essa proposta é apenas um dos tópicos da agenda do ministério.
“O fiscal é uma parte da lição de casa, mas ela não é a agenda econômica completa”, afirmou. Nesta segunda, o ministro afirmou que o governo não há intenção de aumentar impostos. Na proposta de reforma tributária que o governo quer aprovar pode haver elevação de algum tributo, mas isso será compensado com a queda de outros e a simplificação tributária.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, outra representante do primeiro escalão do governo Lula no evento em Davos, disse que o presidente está comprometido com o “desmatamento zero, proteção dos povos indígenas, democracia e sustentabilidade”.
A ministra foi aplaudida no painel de abertura do Fórum. Ela afirmou que “há grande expectativa em relação ao Brasil, que sempre contribuiu com agendas importantes de sustentabilidade. Infelizmente, nos quatro últimos anos, viramos párias”, disse.