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A divisão regional do voto – Por Carlos Borenstein

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Levantamento realizado pela Arko Advice com base no cálculo dos votos válidos por regiões brasileiras comparado com o resultado das eleições presidenciais de 2006 – último pleito em que Lula (PT) disputou – e de 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) se elegeu presidente, aponta que, neste momento, tanto o desempenho de Lula no Nordeste quanto a perda de capital político de Bolsonaro nas regiões Sudeste e Sul jogam a favor do ex-presidente.

Lula tem um desempenho no Nordeste muito parecido com o apresentado em 2006, superando os 70%. Embora Fernando Haddad (PT) tenha vencido na região em 2018, Lula melhorou o desempenho em relação a Haddad. Bolsonaro, por sua vez, aparece hoje com um desempenho pior que o observado pelo principal adversário do PT em 2006, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Dados da pesquisa Quaest de junho

A perda de capital político em duas regiões que foram decisivas para a sua eleição em 2018, o Sudeste e o Sul, é um problema sério para Bolsonaro.

No Sudeste, o presidente perdeu quase 50% dos votos que conquistou em 2018. No Sul, perdeu cerca de 20%. Lula, por outro lado, registra um desempenho superior ao obtido por Haddad nessas duas regiões. O desempenho de Lula no Sul e no Sudeste se assemelha ao verificado em 2006.

No Centro-Oeste, Bolsonaro continua em vantagem. Porém, também perdeu votos em relação a 2018. Cenário similar ocorre no Norte, onde Bolsonaro vence Lula, assim como venceu Haddad, porém, com uma distância menor.

A tendência é que o Nordeste vote em peso em Lula, o Norte se divida e o Sul e o Centro-Oeste votem à direita. O fiel da balança na eleição presidencial deste ano será o Sudeste, que concentra os três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para reverter a desvantagem que possui hoje nas pesquisas, Bolsonaro precisa repetir, em especial no Sudeste e no Sul, um desempenho similar ao de 2018. Caso isso não ocorra, dificilmente a vantagem de Lula será desfeita nos próximos cinco meses.

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