Os líderes dos partidos políticos no Senado não concordaram com a proposta feita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) de que as comissões mistas para apreciação de medidas provisórias tivessem três deputados para cada senador. A informação é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após reunião com essas lideranças.
Segundo o presidente do Senado, a ideia é que as comissões mistas, formadas para analisar as medidas provisórias apresentadas pelo governo sejam instaladas já na próxima semana, como vinham sendo formadas.
“Nenhum líder apoiou a ideia. Então não é possível de nossa parte concordar com essa proposta de alteração do regimento que estabelece o mesmo número de senadores e deputados nas comissões mistas, à exceção é a comissão mista de orçamento”, afirmou .
Segundo Rodrigo Pacheco, “o Senado não concorda com essa alteração que desequilibra o bicameralismo”. O senador disse que aguarda a indicação dos partidos para composição das comissões mistas que vão apreciar as MPs enviadas pelo governo Lula. Caso não haja indicação, esses membros serão designados pelo presidente do Congresso, no caso, ele.
Racha no Centrão
Cinco partidos de centro e de direita criaram formalmente na Câmara um bloco que reúne 142 dos 513 deputados, num racha do Centrão, que desafia o poder do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Até então integrante do trio que formava o Centrão ao lado do PL de Jair Bolsonaro e do PP de Lira, o Republicanos aderiu agora a MDB, PSD, Podemos e PSC, formando a maior força política da Casa.
O MDB e o PSD integram a base de apoio de Lula e, juntos, ocupam seis ministérios. A movimentação tem reflexos não só no dia a dia das votações no Congresso, como também na montagem da base de Lula e na sucessão de Lira em fevereiro de 2025.
O presidente da Câmara, Arthur Lira tentou formar uma federação entre PP, seu partido, e o União Brasil, mas as articulações fracassaram. Os dois partidos, porém, podem ainda formar um bloco, reunindo 108 deputados. Nesse cenário, eles seriam a segunda maior força política na Casa.
O presidente da Câmara trabalha para recompor a perda. Estão no radar partidos de esquerda, como PDT e PSB, e de centro e direita, como a federação PSDB-Cidadania, Patriota e Avante.