O custo da empolgação

Alan Santos /PR

I love you”, teria dito Jair Bolsonaro a Donald Trump logo após o seu discurso na Assembleia Geral da ONU, pouco antes de o presidente americano fazer seu pronunciamento.  Trump não se mostrou muito receptivo à declaração. Pouco mais de duas semanas se passaram e hoje ficou claro: o governo americano não está nem aí para o Brasil.

E é normal que não esteja.

Embora tenhamos a tendência de achar que somos relevantes — a retórica nacionalista do governo reforça esta ilusão —, a verdade é que o Brasil não faz parte da pauta prioritária de uma superpotência como os Estados Unidos. E por que faria, se o falatório anti-Maduro não deixa o campo das ideias? Como mudaríamos de patamar, se não demostramos intenção ou força para diminuir a influência chinesa no continente?

O Brasil tem pouco a oferecer aos americanos e a verdade é que, para além da ladainha antiglobalista; do orgulho tolo pelo cartaz de “Trump tupiniquim”, ninguém na Casa Branca está habituado a dar ponto sem nó. A começar pelo próprio presidente. Afagos públicos fazem parte de um teatro que não dialoga com o andamento da máquina burocrática.

O que houve ontem não pode ser configurado como uma derrota acachapante para o governo Jair Bolsonaro, e o motivo para isso não poderia ser outro: em março, quando da visita oficial do presidente em Washington, tampouco se deu uma vitória inesquecível.

 

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