O cenário estava montado para o Paris Air Show, a feira bienal de aviação, usualmente palco de disputa para as duas titãs que dominam esse mercado, Boeing e Airbus: enquanto os americanos apresentariam um tom quase humilde, devido à crise de confiança pelos dois acidentes fatais entre outubro do ano passado e maio último com o novo modelo, o 737 MAX — em ambos os casos as aeronaves encontraram problemas com menos de 15 minutos após a decolagem —, os europeus teriam vários pedidos para o seu A320 NEO.
E então tudo mudou a partir de quinta-feira à tarde.
Para surpresa geral, a Boeing apresentou uma carta de intenção da IAG, dona da British Airways, para a encomenda de 200 modelos 737 MAX. Um pedido de U$ 24 bilhões. A situação impressiona, ainda por cima, pelo fato de se tratar de um grupo europeu.
A Airbus já se pronunciou no sentido de tentar entrar na disputa enquanto ainda é possível.