A CPI do Futebol, que apura supostas manipulações de resultados no futebol brasileiro, teve uma semana muito quente. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente da Comissão Nacional de Árbitros, Wilson Seneme, foram alguns dos ouvidos. No caso do ex-árbitro, suas declarações acabaram complicando a vida da CBF. Isso porque alguns senadores não ficaram satisfeitos com algumas respostas e podem intensificar a investigação sobre a forma de agir da entidade.
Wilson Seneme disse que os integrantes do VAR não são obrigados a mostrar para o árbitro de campo todos os ângulos de um lance que esteja sendo analisado pelo árbitro de vídeo. A declaração chamou a atenção dos parlamentares.
No momento em que Seneme deu esta declaração, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) o interrompeu e soltou uma frase que preocupa a CBF: deu razão a John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre a possibilidade de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
– A importância que vejo na denúncia de Textor, e que se confirmou, é que nem todos os frames são enviados a campo. Essa sua declaração acho grave porque pode ter ocorrido em muitos outros jogos, o VAR selecionar as imagens que quer mandar a campo. Vemos que é questão técnica, Seneme tem que se debruçar, pode ter sido por erro, pode ter sido por desnecessidade, mas pode também ter acontecido em muitos jogos a cabine do VAR ter selecionado. O futebol hoje, com as apostas principalmente, não pode ter uma porta aberta. O papel da CPI é fechar todas as portas – afirmou Portinho.
CPI do futebol apura manipulação de resultados
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, está nos Estados Unidos por conta de amistosos internacionais da Seleção Brasileira. Mas sabe que em seu retorno ao Brasil terá muito trabalho. Principalmente porque o pior cenário aconteceu: o depoimento de Seneme aumentou as desconfianças de alguns senadores e deu mais força a denúncias de Textor.
O presidente da CBF se tornou um desafeto de Textor desde que o dirigente botafoguense passou a questionar a arbitragem. A CPI só aconteceu por conta de um relatório contratado por Textor que mostra indícios de manipulação de resultados por conta da chamada máfia das apostas.
Além do depoimento de Seneme, as declarações de Leila, que dava a impressão de não acreditar em manipulação de resultados, não foi bem aceita pelo Senado. Tanto que alguns parlamentarem rebateram a visão da dirigente palmeirense. O fato é que a semana na CPI do Futebol não foi nada positiva para a CBF.