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Um país polarizado – Análise

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Após dez meses do início do governo Lula (PT), o país permanece polarizado, ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal antagonista do lulismo, tenha perdido seus direitos políticos e enfrente problemas jurídicos. Essa polarização pode ser observada a partir das variáveis sociodemográficas da avaliação do governo, tendo como base a pesquisa Genial/Quaest realizada na semana passada.

Quanto às regiões do país, só no Nordeste o governo do presidente Lula possui uma aprovação folgada (68% a 29%). Já no Sudeste (49% a 45%), no Sul (50% a 45%) e no Centro-Oeste (50% a 46%), os percentuais indicam uma forte divisão regional.

A avaliação do governo na variável renda também indica um país dividido. Os mais pobres – renda mensal de até 2 salários-mínimos (SM) – mostram uma forte preferência pelo lulismo: 63% aprovam o governo e apenas 31% o desaprovam. Na classe média (2 a 5 SM), o quadro é de maior equilíbrio: 53% aprovam a gestão do presidente Lula e 44% a desaprovam. E, entre quem ganha acima de 5 SM, a desaprovação (56%) supera a aprovação (41%).

Lula

Lula – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Outra variável que divide a opinião pública é a religião. Os católicos mais aprovam (60%) que desaprovam (36%) Lula. No entanto, entre os evangélicos, importante base bolsonarista, a desaprovação supera a aprovação: 52% a 44%.

A divisão mostrada pela Genial/Quaest também pôde ser observada nos recentes debates envolvendo a guerra Israel x Hamas e as eleições presidenciais na Argentina. De modo geral, o bolsonarismo pendeu para o apoio a Israel, enquanto parte da esquerda condenou a reação israelense ao Hamas. No pleito argentino, a esquerda apoia Sergio Massa, o candidato do governo Alberto Fernández, enquanto o bolsonarismo está ao lado de Javier Milei, candidato ultraliberal de oposição.

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Como o próprio Lula reconheceu no dia 27 de setembro, que o próximo ano será difícil para a economia, podemos esperar que o clima de polarização política deve permanecer no país. Até porque, além da economia, temos setores significativos da sociedade que seguem resistindo ao lulismo. Outro aspecto de relevo é que, mesmo Bolsonaro não podendo concorrer em 2026, o bolsonarismo mostra que continua sendo uma força social relevante no país.

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