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Tarcísio, um governo de direita em São Paulo – Análise

O governador Tarcísio de Freitas conta com dois pilares importantes em seu governo: os militares e os liberais

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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) conta com dois pilares importantes em seu governo: os militares e os liberais. Tarcíso conta com a presença de militares em postos-chaves de seu governo. A maioria foi colega de Tarcísio na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

 Tarcísio

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

André Porto, coronel da reserva do Exército e amigo do governador desde o tempo de academia militar, assumirá a chefia de gabinete de Tarcísio, cargo hoje inexistente.

O coronel faz parte de uma geração de militares que estudaram no mesmo período na Aman, entre 1993 e 1996, que inclui o braço direito do governador, Arthur Lima, titular da Casa Civil.

Lima, que é filiado ao PP, tem toda a cadeia de comando de sua pasta formada hoje por pessoas vindas do Exército. O número dois é Fraide Sales, outro que estudou na mesma turma do governador na academia militar. Ele foi nomeado neste ano no lugar de Edilson José Costa, também com origem militar.

O chefe de gabinete da secretaria é outro que chegou à tropa paulista neste ano. Francisco Ronald Rocha Fernandes, militar que atuou nos últimos anos como chefe-adjunto da assessoria de informações de Itaipu Binacional, substituiu um funcionário que estava havia 36 anos em funções no Palácio em fevereiro.

No primeiro escalão, o outro secretário de Tarcísio com passagem pelas Forças Armadas é Wagner Rosário, que foi ministro da Controladoria-geral da União (CGU) no governo Jair Bolsonaro.

Tarcísio

Bolsonaro e Tarcísio – Foto: Alan Santos/PR

A presença dos militares também se estende às estatais e autarquias. O Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) é chefiado por Marcos Guerson, coronel da reserva do Exército e ex-presidente do Inmetro.

Além de ex-oficiais das Forças Armadas, o governo de Tarcísio é o que tem mais policiais militares da reserva no secretariado. São eles Guilherme Derrite (Segurança), coronel Helena (Esportes) e Marcello Streifinger (Administração Penitenciária).

Além dos militares, o governo Tarcísio de Freitas conta com a presença de colaboradores do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizando que a agenda liberal ocupa um espaço importante em seu governo.

O secretário estadual de Gestão e Governo Digital é o ex-presidente da Petrobras Caio Paes de Andrade. O secretário de Assuntos Internacionais é Lucas Ferraz, que foi secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia na gestão de Guedes.

Samuel Kinoshita, que foi assessor especial de Paulo Guedes, é o secretário da Fazenda e Planejamento. Jorge de Lima, também ex-colaborador de Guedes, comanda a pasta do Desenvolvimento Econômico. E Guilherme Afif Domingos é o secretário especial de Assuntos Estratégicos.

Apesar de Tarcísio realizar movimentos buscando demarcar diferenças do ex-presidente Jair Bolsonaro, a presença de militares, mesmo que em menor número que na gestão de Bolsonaro, dos adeptos do liberalismo econômico, mais especificamente da Escola de Chicago, e um comando linha-dura na Segurança Pública com Guilherme Derrite, apontam que São Paulo, após muitos anos, tem um governo assumidamente de direita.

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