Após resultados negativos de aprovação em pesquisas divulgadas recentemente, o presidente Lula (PT) reuniu seus ministros, há semanas, para tratar de críticas ao governo e de crises. Na ocasião, cobrou dos chefes das pastas melhora na divulgação dos programas do governo e mais viagens. E que focassem no Executivo, deixando as eleições municipais em segundo plano neste momento.
Desde então, Lula tem colocado em prática o que pediu na reunião, ocorrida no dia 18 de março. Nas últimas três semanas participou de, pelo menos, quatro eventos de lançamento de projetos de infraestrutura. Além de lançar medidas como o projeto que reduz a tarifa de energia elétrica e anunciar a seleção de obras do Minha Casa, Minha Vida.
O presidente também participou do lançamento de projetos ambientais, pauta de grande importância para o governo Lula III. Ele assinou o novo Fundo Clima e lançou um programa conjunto com municípios pela redução do desmatamento e dos incêndios na Amazônia.
Lula tenta controlar crise na saúde
O presidente buscou ainda estancar crises também discutidas na última reunião, como a do Ministério da Saúde. A pasta e a ministra, Nísia Trindade, têm sofrido pressão desde o ano passado por partidos que cobiçam o ministério e até por aliados do governo que discordam da sua condução à frente da Saúde. No início deste mês, Lula e Nísia se reuniram para discutir o incômodo do presidente a respeito da atuação do ministério em casos como o dos hospitais federais do Rio de Janeiro, a epidemia de dengue e as mortes em terras Yanomami.
Para demonstrar apoio, Lula participou de uma entrevista coletiva ao lado de Nísia na última semana. O objetivo foi divulgar investimento em unidades básicas de saúde e fazer um balanço das ações do ministério.
Apesar das medidas práticas em busca de melhora na avaliação do governo, há a percepção de que o Executivo tem dificuldade de comunicar os projetos e programas que propõe. Em março, pelo menos três pesquisas apontavam queda na popularidade do presidente. Lula busca ainda controlar o preço dos alimentos, que pressionam a inflação e afetam a imagem do governo.