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OCDE ainda está distante

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Por mais que seja óbvia a afirmação de que o Brasil deve aguardar na fila para dar início a um eventual processo de entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esperava-se, no governo, que a “relação especial” desenvolvida ao longo dos últimos meses entre os Bolsonaro e Donald Trump facilitasse uma “furada de fila” à brasileira.

Dentro dos parâmetros de expectativas atuais, a aceitação do Brasil no grupo fica para algo entre 2022 e 2026. Além de Argentina e Romênia, estão na frente a Bulgária, a Croácia e o Peru.

Uma carta divulgada pela Bloomberg informa que no dia 28 de agosto o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, enfatizou ao secretário-geral da OCDE que as prioridades do governo norte-americano eram somente Argentina e Romênia.

Se a recusa à entrada do Brasil no organismo já demonstrava uma tendência da política externa brasileira de tratar o processo como uma vitória a priori, o episódio ganhou contornos ainda mais constrangedores a partir da divulgação da carta.

A história da OCDE soma-se à história do propalado acordo UE-Mercosul na categoria geopolítica do “não é bem assim”. Estamos longe de fechar um acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Aliás, há uma possibilidade enorme de que isso nem venha a acontecer. Em meio ao tumulto de âmbito internacional criado em torno das queimadas na Amazônia, a Suíça (que também precisa ratificar o acordo) decidiu que o processo de aprovação ou de rejeição do acordo será feito via referendo, o que dificulta — e muito — a viabilidade de aprovação.

Já a entrada na OCDE poderia ocorrer de duas maneiras. A primeira seria aguardando na fila, como todos os países que almejam entrar na organização. Nesse caso, não haveria necessidade de apoio explícito de outro país, porque a entrada se daria por critérios técnicos. A segunda maneira seria via apoios diplomáticos que possibilitassem uma condição melhor de enfrentar essa fila.

Argentina e Romênia foram julgadas prioritárias neste momento. Não perdemos ainda o acordo UE-Mercosul nem tampouco a entrada na OCDE. Mas estamos longe de contabilizá-los como vitórias da diplomacia brasileira.

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