“Nova Indústria”, velhos problemas – Análise

Foto: Sérgio Lima/CNI

Na última semana, o governo federal anunciou o plano Nova Indústria Brasil (NIB), prevendo que R$ 300 bilhões serão investidos no segmento até 2026. O pacote de medidas gerou reações negativas de especialistas, que veem o governo Lula tentar novamente uma medida que não deu certo no passado.

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O NIB está sendo comparado com a política dos “campões nacionais”, estratégia adotada por Lula em seu segundo mandato, quando decidiu investir em grandes companhias com o apoio do BNDES. Na época, as críticas ocorreram principalmente por conta dos critérios de escolha das empresas que receberam o incentivo do banco.

Lula – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante negou que o programa represente uma retomada da antiga política pública. “A gente trabalha por demanda, não escolhemos parceiro. Temos editais, são transparentes, as linhas de crédito são públicas e estamos recebendo os projetos”, disse. Mercadante admite ainda que algumas empresas que foram priorizadas na época dos “campeões nacionais” não deram certo. Entretanto, o receio da repetição de erros do passado permanece.

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Especialistas discordam do modelo de incentivo e afirmam que financiamentos ou renúncias fiscais não são a melhor medida de investimento no longo prazo. Portanto, os economistas entendem que o governo deveria buscar a melhora do ambiente de negócios para atrair investidores pelo aumento da competitividade.

Mercadante – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Tomada de crédito com nova indústria

O governo deve apresentar esta semana um plano de investimento no setor aéreo, por exemplo. A ideia é criar um fundo para a tomada de crédito e tentar reduzir o preço do QAv (querosene de aviação). Entretanto, economistas defendem que essa medida gera distorção no mercado. Além disso, explicam, reduz a concorrência e afasta empresas estrangeiras – a falta de competitividade no setor gera aumento no preço das passagens e impede a melhora na qualidade do serviço para o consumidor.

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Medidas desenvolvimentistas sempre estiveram na pauta dos governos anteriores do presidente Lula. E mudanças na tentativa de aprimorar esses projetos acontecem no atual mandato e podem ser vistas com bons olhos, já que podem surtir efeitos positivos a curto e médio prazos. Porém, é preciso esperar para saber se as correções foram suficientes ou se é necessário que se mude a forma de gerir o Brasil.

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