Investimentos bilionários são atraídos no maior programa de concessões do mundo em Nova York

Aeroporto de Congonhas teve a sétima rodada de leilão de concessão realizada no evento. Foto: reprodução/Aeroporto de Congonhas

Na última semana, entre segunda-feira (9) e sexta-feira (13), a delegação brasileira liderada pelo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, apresentou o portfólio brasileiro de concessões de infraestrutura em Nova York (Estados Unidos).

Considerado o maior programa de concessões do mundo, o evento foi alvo das atenções de investidores globais com pelo menos US$ 2 trilhões em ativos, com atuação em mais de 50 países.

Marcelo Sampaio, ao retornar ao Brasil, se mostrou confiante no avanço da parceria com a iniciativa privada nos projetos da infraestrutura de transportes. O número de ativos no portfólio de transportes e a modelagem dos contratos adotada desde 2019, atraíram o interesse dos empresários durante a semana de concessões. Desde 2019, foram 83 ativos concedidos e um investimento de cerca de R$ 100 bilhões para o país.

O ministro também se mostrou animado com a percepção que os investidores estão tendo do Brasil e dos ativos de infraestrutura de transportes. Após as reuniões em Nova York, o ministro avaliou que é unanimidade que o país tem o melhor portfólio de projetos, não só pelo número de ativos, mas também por ter uma modelagem muito sofisticada.

Durante a semana em Nova York, pode-se perceber também um cenário positivo do mercado em relação aos 44 ativos que devem ser concedidos pelo Ministério da Infraestrutura. O Governo Federal tem meta de chegar a R$ 200 bilhões contratados com o setor privado para investir em infraestrutura de transporte ainda em 2022.

Por meio de reuniões individuais e de conferências com diversos representantes do setor, a delegação brasileira se reuniu com cerca de 30 grupos diferentes, dentre eles: GIC; Macquire; Artisan Partner; Jennison Associates; Pátria; GIP; Solstic M&A Capital Advisory e EIG Global Energy Partners. Instituições bancárias de atuação mundial e corretoras de valores como UBS, Bank of America, XP Investimentos, Itaú BBA. Também integraram o grupo de interlocutores, multinacionais como DP World, dos Emirados Árabes Unidos, e VLI, do Brasil.

Durante os encontros, a delegação brasileira esteve engajada em dialogar com os parceiros e investidores para entender quais são os desafios para investir no Brasil e buscar soluções para tentar superá-los. Também responderam questionamentos de empresas interessadas a investir no Brasil em projetos de destaque como como a sétima rodada de aeroportos, as próximas desestatizações portuárias e de sistemas rodoviários.

Destaques de investimentos na carteira de projetos em Nova York:

Setor de aviação

A sétima rodada dos leilões da aviação, que inclui o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, atraiu a atenção dos grupos de investidores. Nos três blocos previstos para 2022, há ainda aeroportos de Minas Gerais e das regiões Norte e Centro-Oeste, é previsto que o investimento total ultrapasse os R$ 7 bilhões.

Para 2023, estão previstas a primeira parceria público-privada do setor aéreo, com oito aeroportos do Amazonas, e a 8ª rodada de concessões aeroportuárias, com a concessão conjunta dos aeroportos Santos Dumont e Galeão (RJ), ambos no Rio de Janeiro. Somente no Santos Dumont são esperados R$ 1,3 bilhão em investimentos privados durante a duração do contrato.

Setor portuário

A desestatização do Porto de Santos, o maior da América Latina, também esteve entre os maiores destaques em diversas reuniões com fundos de investimentos, bancos e operadores de infraestrutura na carteira de projetos em Nova York. Com previsão de investimentos na faixa dos R$ 16 bilhões durante a duração do contrato, o projeto atraiu multinacionais do setor de logística e gestores de fundos de olho do setor portuário.

O processo de desestatização, permitirá a transformação do terminal no maior de todo o Hemisfério Sul, além de resolver problemas históricos da cidade do litoral de São Paulo.

Ainda para 2022, estão encaminhadas as concessões dos portos de São Sebastião (SP), Itajaí (SC) e Canal de Paranaguá (PR), além dos arrendamentos de 19 terminais portuários. No total, foram 37 arrendamentos portuários desde o início da gestão, que garantiram R$ 6,1 bilhões em investimentos.

Setor rodoviário

O sistema rodoviário também se destacou e atraiu investidores estrangeiros para o Brasil. Em reunião com o fundo de investimentos australiano Macquire, foram apresentados os detalhes do leilão dos seis lotes de rodovias do Paraná, com mais de R$ 44 bilhões em investimentos.

Desde 2019, foram seis rodovias concedidas e um total de R$ 37,3 bilhões em investimentos. Entre os projetos, destaque para a concessão da Presidente Dutra e a Rio-Santos, que injetará mais R$ 14,8 bilhões de investimentos privados ao setor rodoviário do país.

Com leilão marcado para 20 de maio, o projeto rodoviário da BR-116/493/465/RJ/MG, entre a cidade do Rio de Janeiro e Governador Valadares (MG) tem projeção de R$ 9,2 bilhões estimados.

Em 2022, as concessões rodoviárias a serem realizadas somam R$ 80 bilhões em investimentos previstos no total.

Postagens relacionadas

Ranking de 2024: Qual cidade tem mais bilionários?

Na política, gentileza gera gentileza – Análise

Os múltiplos desafios do governo Lula – Análise

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais