Após uma reunião realizada na semana passada em São Paulo, o PT e o PSB estabeleceram que, até o dia 15 de junho, os impasses estaduais envolvendo as siglas com reflexos na disputa pela Presidência serão resolvidos. Mesmo após a aliança nacional entre PT e PSB em torno da chapa Lula/Alckmin, há entraves entre petistas e socialistas em estados importantes como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB), que busca a reeleição, resiste a apoiar o ex-presidente Lula (PT). Em reação, o PT postou no tabuleiro a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato.
No Rio de Janeiro, ainda que o PT já tenha oficializado apoio à pré-candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), há impasse na definição do candidato a senador, já que tanto o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), quanto o deputado federal Alessandro Molon (PSB) querem concorrer ao Senado Federal.
No Rio Grande do Sul, a situação é ainda mais complexa, com as pré-candidaturas do deputado estadual Edegar Pretto (PT) e do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) ao governo do estado. O PT gaúcho admite uma aliança com o PSB desde que Beto concorra ao Senado. Já o PSB quer a aliança com o PT, mas tendo Beto na cabeça de chapa. Nesse impasse, a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) desistiu de concorrer ao Senado e Beto passou a negociar uma aliança com o PDT, que poderia apoiá-lo em troca do apoio do PSB gaúcho ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na disputa presidencial.
Em Santa Catarina, o PSB lançou a pré-candidatura do senador Dário Berger a governador, enquanto o PT pretende que o candidato seja o deputado federal Décio Lima (PT). Cenário similar ocorre em São Paulo, onde o PT terá o ex-prefeito Fernando Haddad como candidato ao governo local. O PSB, por sua vez, mantém o nome do exgovernador Márcio França no jogo.
A definição dos palanques de Lula, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pode ter grande impacto em sua campanha. Isso porque São Paulo e Rio de Janeiro são redutos estratégicos na Região Sudeste, enquanto Rio Grande do Sul e Santa Catarina são colégios eleitorais nos quais o bolsonarismo é mais forte que o lulismo.