O governador de São Paulo (SP), João Doria (PSDB), abraçou a defesa da obrigatoriedade do passaporte vacinal para viajantes do exterior como forma de polemizar com o presidente Jair Bolsonaro (PL), contrário a medida.
Antes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, determinar a obrigatoriedade, Doria chegou a anunciar que caso a medida não fosse adotada pelo governo federal, SP a adotaria a partir de 15 de dezembro.
Após a decisão de Barroso, Doria parabenizou a iniciativa afirmando, através de uma postagem no Twitter, que “temos que proteger os brasileiros. Decisão acertada do Ministro”.
O governo Jair Bolsonaro, adversário político de Doria, vinha sendo cobrado para adoção da medida —principalmente após o surgimento da variante Ômicron, mas resistia.
Na semana passada, o governo determinou que viajantes vindos do exterior precisariam cumprir cinco dias de quarentena caso não apresentassem o comprovante de vacinação. O início da aplicação da medida, porém, foi adiado após um ataque hacker aos sistemas do Ministério da Saúde.
Diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornaram pública a preocupação com a possibilidade de a não exigência do passaporte vacinal fazer com que o país se torne um destino para turismo antivacinal.
Vale lembrar que desde o início da pandemia foi clara as fortes divergências entre Bolsonaro e Doria, o que foi intensificado com o início da vacinação no país com doses da Coronavac, vacina contra a Covid produzida no Instituto Butantan. Assim, o debate em torno da obrigatoriedade do passaporte vacinal, poderá gerar novas tensões entre Bolsonaro e Doria, principalmente agora que ambos são pré-candidatos ao Palácio do Planalto.