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Covas ganha fôlego em meio a cenário indefinido

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A pesquisa Ibope divulgada domingo (22) sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo (SP) mostra um cenário de indefinição. Hoje, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) e o prefeito Bruno Covas (PSDB) aparecem tecnicamente empatados no limite da margem de erro (três pontos percentuais para mais ou para menos).

Há ainda, conforme podemos ver na tabela abaixo, em segundo pelotão de candidatos embolados. É o caso do ex-governador Márcio França (PSB), Guilherme Boulos (PSOL), o vereador Andrea Matarazzo (PSD), o deputado estadual Arhur Mamãe Falei (Patriota), o ex-deputado federal Jilmar Tatto (PT) e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

CANDIDATOSINTENÇÃO DE VOTO (%)

 

REJEIÇÃO (%)
Celso Russomanno (Republicanos)2429
Bruno Covas (PSDB)1835
Márcio França (PSB)918
Guilherme Boulos (PSOL)622
Andrea Matarazzo (PSD)313
Arthur Mamãe Falei (Patriota)316
Jilmar Tatto (PT)215
Joice Hasselmann (PSL)221
Filipe Sabará (NOVO)013
Branco/Nulo27
Indecisos7

*Fonte: Ibope (17 a 29/03)

O resultado da pesquisa animou o PSDB, já que Bruno Covas ganhou projeção nacional por dois aspectos:

1) a repercussão de seu tratamento contra o câncer;

2) as ações que desenvolve em conjunto com o governador João Doria (PSDB) em combate ao coronavírus em São Paulo.

Apesar de aparecer bem posicionamento na sondagem, Celso Rossumanno é um nome menos competitivo que Covas. Vale recordar que nas eleições de 2012 e 2016, Russomanno liderou a corrida eleitoral durante um bom período, mas sequer chegou ao segundo turno.

Quem poderá crescer é Márcio França, que na disputa de 2018 ao Palácio dos Bandeirantes venceu Doria na capital paulista e possui um importante recall. Já os nomes mais à esquerda enfrentam dificuldades. Tanto Boulos quanto Tatto aparecem mal posicionados.

Embora Tatto possa cresce já que 26% dos paulistanos afirma que poderá votar num candidato apoiado pelo ex-presidente Lula (PT), a divisão da esquerda é um obstáculo, pois Boulos terá a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL-SP) como sua vice. Erundina, assim como Lula, possui base nas periferias da cidade, o que dividirá esse eleitorado.

Há ainda na pesquisa informações que merecem atenção. Por exemplo, 44% dos entrevistados gostaria que o próximo prefeito de São Paulo seja “alguém de fora da política”. 24% quer “alguém que não seja o atual prefeito nem alguém que represente o seu grupo”. E outros 20% quer “alguém que seja o atual prefeito ou alguém que represente o seu grupo”.

Além do desejo por um outsider, existe um sentimento de mudança na opinião pública.

Segundo o Ibope, 36% dos entrevistados gostaria um candidato que “mantivesse só alguns programas, mas mudasse muita coisa”. 31% quer um candidato que “mudasse totalmente a administração do município”. 15% deseja um candidato que “fizesse poucas mudanças e desse continuidade para muita coisa”. E apenas 14% quer alguém quer “desse total continuidade à administração atual”.

Dos nomes testados na pesquisa, o que melhor tem o perfil de outsider é Artur Mamãe Falei. Porém, esse apelo pela “anti-política” poderá sofrer alterações. A crise do coronavírus está testado a capacidade de gestão dos políticos. E Bruno Covas tem se destacado ao lado de João Doria no Estado.

Entretanto, mudanças podem ocorrer como, por exemplo, o eventual ingresso do apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (MDB), na disputa ou o surgimento de uma nova alternativa.

Hoje, Datena é um nome que se encaixa no perfil de outsider. Caso não seja candidato, uma eventual composição com Covas poderá fortalecer o prefeito na busca pela reeleição.

 

 

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