Recentes movimentações do PSB valorizam o passe do partido na gestão Lula 3 e consolidam a sua condição de principal parceiro do PT em âmbitos locais e nacional. Além da postura discreta e colaborativa do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), alguns eventos reforçam esse status.
No retorno dos trabalhos no Congresso, a bancada socialista na Câmara dos Deputados abandonou o “blocão” controlado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), desembarque ocorrido paralelamente ao recrudescimento dos atritos de Lira com o governo. A iniciativa foi observada com atenção por outras legendas, que também podem se afastar de Lira.
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Outro movimento de repercussão foi a adesão do senador Cid Gomes ao PSB do Ceará, juntamente com seu grupo político. Cid deixou o PDT após romper com o irmão, Ciro Gomes, em função do apoio dado à candidatura do PT ao governo do estado em 2022. Cid leva consigo dezenas de prefeitos e vereadores, além de dez deputados estaduais e quatro federais. Os deputados, contudo, dependem de liberação da Justiça Eleitoral para poder se transferir ainda este ano, sob pena de perda de mandato por infidelidade partidária. Tão logo as filiações ocorram, os socialistas passarão a contar com cinco representantes no Senado e 18 na Câmara.
Pernambuco e Ceará, estados em que há parcerias de longa data com os petistas, tornam-se, assim, os principais diretórios do PSB. Na eleição de outubro, a tendência é que o PT indique o candidato a vice na chapa de reeleição do prefeito João Campos (PSB), em Recife, ao passo que na disputa de Fortaleza o presidente da Assembleia Legislativa, o neopetista Evandro Leitão (ex-PDT), receba a retribuição.
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Entretanto, a disputa em São Paulo pode colocar as duas legendas em trincheiras distintas. Na capital, o PT vai apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). Já o PSB ensaia lançar a deputada Tabata Amaral. Para evitar o conflito, é possível que o presidente Lula (PT) aceite aumentar o espaço dos socialistas no governo federal.
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Outro reflexo importante nessas movimentações é que a transferência dos “cidistas” para o PSB praticamente faz implodir a tentativa de formação de uma federação com o PDT, que vinha sendo costurada para se criar uma alternativa ao PT no campo da esquerda.