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A polêmica agenda da “Dama do Tráfico” – Análise

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A passagem por Brasília (DF) de Luciane Farias – supostamente conhecida como “Dama do Tráfico” –, esposa do traficante Clemilson dos Santos, ligado ao Comando Vermelho (CV), provocou uma série de repercussões. Luciane cumpriu agenda no Ministério da Justiça e Segurança Pública e no Ministério dos Direitos Humanos. Ainda que tenha sido indicada pela Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA) para participar do 4º Encontro Nacional de Comitês de Prevenção e Combate à Tortura, evento que reúne ativistas que atuam junto à população carcerária, o episódio gerou um impacto negativo no meio político.

O principal alvo foi o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), cotado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de o presidente Lula (PT) ter saído em defesa de Dino, na última quinta-feira (16), o custo político da indicação do ministro para o Supremo aumentou.

Dama do tráfico

Rosa Weber e Flávio Dino ao fundo – Foto: Fellipe Sampaio/STF

As agendas de Luciane Farias também provocaram desgastes ao governo na área da segurança pública. Diante do aumento da violência nos grandes centros urbanos, o livre trânsito de Luciane pelo primeiro escalão do governo e entre parlamentares no Congresso Nacional repercutiu negativamente entre a opinião pública.

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O episódio foi aproveitado pela oposição, que ganhou munição para repetir a narrativa que vincula organizações criminosas, como o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), a partidos de esquerda. A exploração dessa narrativa interessa ao bolsonarismo para enfraquecer Flávio Dino, que tem se mostrado um ministro bastante combativo na disputa discursiva com a oposição quanto ao tema da segurança pública.

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Além de Dino, quem também se desgastou com o episódio foi o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, principalmente depois que a pasta admitiu ter custeado as passagens aéreas para a ida de Luciane à Capital Federal.

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O episódio envolvendo a ida de Luciane a Brasília ainda trouxe à tona uma suposta infiltração das organizações criminosas junto ao poder, revelando a complexidade que cerca o tema da segurança pública no país.

Flávio DinoSegurança Pública

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