A polêmica tentativa de captura do miliciano Adriano da Nóbrega na Bahia e que resultou em sua morte, gerou uma guerra de versões e ataques entre o governo federal e o governo da Bahia. Jair Bolsonaro acusou expressamente a polícia militar da Bahia de ter executado o ex-capitão do BOPE do Rio de Janeiro. A imprensa, pelo seu lado, insinua que a morte de Adriano está relacionada às investigações que tentam ligar a família Bolsonaro com milicianos do Rio de Janeiro. O tema específico da morte de Adriano deve deixar às manchetes logo adiante. Mas a suspeita de “queima de arquivo” continuará a incomodar o governo e à família do presidente ainda que não se chegue, no curto prazo, a nenhuma conclusão específica. De certa forma, para a oposição não existe interesse que o tema seja esclarecido logo. Preferem que fique como uma ameaça pairando sobre o governo. Como existe a clara tentativa de enfraquecer politicamente o presidente com o episódio e suas ramificações com a investigações sobre as milícias no Rio de Janeiro e o suposto esquema de “rachadinhas” do então deputado estadual Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa, para a oposição (PT, PSOL etc) e adversários (o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o governador de São Paulo, João Dória, e o apresentador de TV Luciano Huck) o tema dará munição para uma narrativa e ataques. O tema, no momento não traz maiores riscos à governabilidade nem ao avanço da agenda de reformas no Congresso, apesar de enfraquecer politicamente. |
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