A Petrobras pretende publicar ainda este mês um plano de negócios no qual irá reforçar a intenção de abrir uma nova fronteira exploratória de petróleo em águas profundas. O novo potencial fica numa região que se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque, no Amapá, e é conhecida como Margem Equatorial. Nessa área estão incluídas as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
Com a iniciativa, a estatal pretende assegurar nova frente de produção de óleo e gás, a partir da década de 2030, e repor a perda de reservas com o avanço da extração no pré-sal, em operação desde 2010. Para especialistas, terminou o ciclo de grandes descobertas potenciais no pré-sal.
“É uma região muito promissora”, diz Magda Chambriard, que foi diretora-geral da ANP entre 2012 e 2016. A sensibilidade ambiental da nova área existe, mas os riscos se reduzem pelo fato de as atividades serem conduzidas em região distante da costa e com reservas em águas profundas.
Atualmente, a Petrobras concentra suas atividades nas Bacias de Campos e de Santos, no Sudeste. Eventuais descobertas promissoras na região da linha do Equador podem deslocar as atenções da empresa para o Norte e o Nordeste. Grandes petroleiras já se encontram em atividade nas Guianas.
A Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira exploratória que apresenta algum grau de desafio, pois é baixo o conhecimento geológico do local em comparação com outras áreas mais exploradas no país. Mas, segundo o ex-diretor da ANP Felipe Kury, a região pode ser “o novo pré-sal brasileiro”, com potencial entre 5 e 7,5 bilhões de barris de petróleo.
Kury estima um potencial de 20 bilhões a 30 bilhões de barris de petróleo, o que equivale a quase metade dos recursos descobertos no pré-sal. Até 2026, o objetivo é perfurar 14 poços exploratórios na região. Está em curso um processo de licenciamento ambiental pelo Ibama para que a Petrobras inicie a primeira perfuração em águas profundas na costa do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas.